quinta-feira, 30 de outubro de 2008

TRADUZIR-SE


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar

A importância de ser simples.


BILHETE

Se tu me amas,
ama-me baixinho.

Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.

Deixa em paz a mim!

Se me queres,
enfim,

.....tem de ser bem devagarinho,
.....amada,

.....que a vida é breve,
.....e o amor
.....mais breve ainda.

Mario Quintana

UM MINUTO DE POESIA...COM FERNANDO PESSOA.


Vaga saudade, tanto (3-8-1934)
Vaga saudade, tanto
Dóis como a outra que é
A saudade de quanto
Existiu aqui ao pé.

Tu, que és do que nunca houve,
Punges como o passado
A que existir não aprouve.

MUITAS FELICIDADES.......


MUITOS ANOS DE VIDA!

AFINAL...NÃO É TODO DIA QUE SE COMPLETA 14 ANINHOS.

MUITOS BEIJINHOS.

OOOOBBBBBBBBBAAAAAAAAAAAAAAAA..........!!!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

TRABALHE E ESTUDE MUITO!!!


"SÓ FALTAM DOIS DIAS PARA CHEGAR O SÁBADO"!

ENQUANTO ISSO NO VATICANO......



"PAPA CONDENA O CONSUMISMO"

PIADA???......... SORRIA SE PUDER......



INTERSINDICAL :Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora


No dia 04 de maio na cidade de Campinas em São Paulo, trabalhadores de base e dirigentes de diversas categorias, reuniram-se para um debate sobre a crise vivida hoje pelo conjunto do movimento sindical e para a discussão em torno da proposta de reconstrução da Ação e Organização Intersindical.

Nossa discussão teve como base a situação vivida pelo conjunto da classe trabalhadora e a crise enfrentada hoje pelos principais instrumentos construídos pelos (as) trabalhadores (as) no País.
Somos de uma geração ou herdeiros dela que enfrentou a ditadura e o Capital através de enormes manifestações, greves e movimentos e que ao fazê-lo se deparou com a necessidade de criar um instrumento capaz de unificar e organizar o conjunto da classe trabalhadora em suas lutas. Dessa maneira e com essa missão nasce a Central Única dos Trabalhadores.

Afirmando a luta contra a ditadura, pela liberdade e autonomia sindical, na defesa intransigente da independência de classe e na busca por uma sociedade socialista, milhares de trabalhadores (as) espalhados pelo País construíram a Central Única dos Trabalhadores.

Com o passar do tempo o instrumento, que organizou e unificou o movimento para que esse não fosse o pequeno passo de uma determinada categoria, mas sim a força de uma classe produtora de riquezas, está paralisado e atendendo a interesses que transformam a CUT a cada dia em seu contrário.

Essa guinada inicia-se na década de 90 de maneira mais visível, esta crise se origina de dois processos combinados. Um deles diz respeito à situação da classe em tempos de globalização neoliberal como uma nova forma de manifestação do capital, que provocou alterações profundas no mundo do trabalho e na estrutura do Estado. Gerando um duro ataque aos(as) trabalhadores (as) , com a precarização das condições de trabalho. Outro é o processo de burocratização das direções sindicais e principalmente da direção majoritária da CUT chegando ao seu atrelamento ao governo Lula, tendo como exemplo a cooptação de dirigentes para a direção de empresas através dos fundos de pensão e apadrinhados políticos nas diversas esferas do governo.

Tais direções, ao invés da ação direta na perspectiva da superação da sociedade de classes, propõem a conciliação com o Capital, como se fosse possível pacto entre desiguais.

A experiência vivida durante a década de 90 é coroada com a chegada de Lula à Presidência da Republica, a partir de então vamos viver as conseqüências drásticas para nossa classe por conta da submissão e defesa cega da CUT em relação ao governo.

Não apoiou a luta do funcionalismo público contra a Reforma da Previdência e, mais do que isso até o último momento tentou “florear” o projeto do governo, além de colocar trabalhadores do setor privado contra os do setor público.

Participou ativamente do Fórum Nacional do Trabalho, elaborando uma Reforma Sindical que vai ao encontro dos interesses dos patrões e dos pelegos e na contramão das reivindicações históricas da classe trabalhadora.

Há que se ressaltar que no dia 08 de maio, o governo, com apoio e festa da CUT, apresentou ao País a mini-reforma sindical, que além de legalizar as Centrais Sindicais, cria o Conselho Nacional de Relações do Trabalho, que terá a função de monitorar e “sugerir” ao governo quais as entidades sindicais que deverão ser reconhecidas ou não. Em síntese, a CUT, através de sua direção majoritária, barganhou reivindicações fundamentais como o direito à Organização no Local de Trabalho, a ratificação da Convenção 87 da OIT que trata da Liberdade e Autonomia Sindical, por uma reforma que centraliza poder na cúpula das centrais e abre caminho para que direitos garantidos dos (as) trabalhadores (as) sejam atacados na próxima reforma trabalhista a ser feita pelo futuro governo.

Internamente, as profundas mudanças estatutárias antidemocráticas operadas já no final dos anos 80, a introdução dos negócios com o FAT, as câmaras setoriais, as sucessivas tentativas de pactos sociais, as manifestações de total apoio ao governo Lula, o triste 1º de Maio patrocinado pelos patrões e governo e o vergonhoso acordo do salário mínimo são demonstrações de que a CUT não cumpre mais a tarefa de ser um instrumento que unifique a classe e impulsione suas lutas.
É reconhecido que durante todo esse processo de degeneração, parcelas importantes do movimento sindical organizado dentro da CUT resistiram a essa mudança de rumo e em seus sindicatos de base deram a batalha e não capitularam a proposta de conciliação de classes ou de submissão aos governos de plantão. No entanto é preciso ir além nesse momento.

Precisamos contribuir, de forma efetiva, na construção de uma alternativa que ajude na disputa de rumos do sindicalismo brasileiro. Nesse sentido, é preciso mostrar com vigor que o sindicalismo brasileiro vai além dos “sindicatos de carimbo”, não se limita ao sindicalismo de resultados da Força Sindical e tampouco à forma proposta pela Articulação Sindical de “Sindicato Cidadão”, ou do sindicalismo do pacto social.

A forma mais eficaz para disputarmos os rumos do movimento sindical neste momento é reconstruirmos a unidade dos trabalhadores contra o neoliberalismo, buscando uma ação coordenada do movimento sindical combativo, através do Instrumento da Intersindical. O que, em nosso ponto de vista, pode dar-se independentemente de qualquer divergência organizativa que tenhamos no momento. Pois a crise atual do movimento sindical – que é de concepção, mas também reflete a situação objetiva de defensiva de nossa classe - não será resolvida por ações na superestrutura, pela criação deste ou daquele “novo” aparelho ou estrutura sindical.

A resolução desta crise depende, isto sim, de nossa capacidade em colocar realmente em prática uma ação sindical democrática, plural, autônoma, socialista e baseada na independência de classe. O que exigirá, em primeiro lugar, uma postura autocrítica e generosa de nossa parte, oposta a qualquer tipo de sectarismo ou autoproclamação.

Assim, a construção da Intersindical tem como objetivo organizar e mobilizar os (as) trabalhadores (as) do campo e da cidade para o enfrentamento de classe. E que, para isso, retome junto com as ações conjuntas, a preocupação militante com a formação e a organização no local de trabalho; que dialogue e atue com os movimentos sociais; que possa na diversidade construir a unidade daqueles que não se renderam à conciliação de classes e que reafirmam a necessidade de construir um sindicalismo autônomo e independente dos patrões, dos governos e dos partidos e que faça de suas ações cotidianas a busca por uma sociedade socialista.

Entendemos que só a resistência e a disputa interna dentro da CUT não serão suficientes para enfrentarmos o atual momento de fragmentação do conjunto do movimento e os ataques constantes exercidos pelo Capital.

Neste sentido, consideramos a existência de um duplo movimento, com o qual devemos manter o diálogo. Por isso reconhecemos que é legítima a posição daqueles setores de esquerda que continuam batalhando no interior da CUT, como também é legitima a posição dos setores, igualmente de esquerda, que optaram pelo seu desligamento da Central.

Acreditamos que o momento é de reunir forças e preparar o terreno para o ascenso da classe trabalhadora, que não acontecerá mecanicamente e nem nos espera na esquina, mas que certamente virá.

Fruto dessa análise e da necessidade urgente de retomar o vigor do movimento sindical, propomos a reconstrução da Ação e Organização Intersindical. Uma Intersindical que priorize a ação direta, que organize os que vivem do trabalho, dialogue e atue com os movimentos sociais e, nas ações cotidianas construa a unidade com os diversos setores e organizações já existentes dispostos a essa tarefa.

Uma Intersindical construída com aqueles que ainda militam dentro da CUT, mas que não capitularam a proposta de conciliação de classes e com aqueles que já se distanciaram ou deixaram a Central, que se encontram dispersos, mas com disposição para darem o salto de qualidade na superação da fragmentação.

Uma Intersindical que resgate os princípios fundamentais como a democracia construída entre iguais, a solidariedade de classes, o internacionalismo, a organização pela base, a autonomia e independência em relação aos patrões, governos e partidos.

Uma Intersindical que traduza estes princípios e esta visão política na resposta aos desafios de 2006, que não são poucos e nem pequenos; que nos permita dar conta da principal tarefa deste ciclo da luta de classes em nosso País que é a de reconstruir a unidade de companheiros e companheiras que sempre estiveram do mesmo lado da barricada. No mundo inteiro, os ataques do Capital avançam contra os direitos e conquistas da classe trabalhadora. No Brasil não é diferente. Está em curso uma ofensiva pela reformas sindical, trabalhista e previdenciária e após as eleições, esses ataques se aprofundarão. O enfrentamento a tais ataques exige ações unitárias que coloquem trabalhadores e trabalhadoras em movimento, ganhando as ruas. Exige instrumentos que aglutinem o movimento sindical combativo, e que tenham capacidade de iniciativas conjuntas com os movimentos populares.

Uma Intersindical que negue qualquer pacto com a burguesia e seu Estado e que se empenhe no desafio de afirmar a necessidade histórica dos (as) trabalhadores (as) da construção do socialismo e da superação da sociedade de classes.

OUSAR LUTAR,OUSAR VENCER!!

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE PSOL



A Comissão Executiva Municipal do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL convoca todos os membros titulares e suplentes do diretório municipal, os filiados e simpatizantes, para participarem da Plenária a ser realizada no dia 08 de novembro de 2008 (Sábado), das 16 às 20 horas, no auditório da ADUFPI, neste município, com a seguinte ordem do dia:

1- Análise de conjuntura política;

2 – Avaliação de campanha (majoritária e proporcional)

3 – Elaboração da pauta de debates do DM do PSOL – 2008/2009;

4 – Deliberação sobre estratégias de atuação do partido para 2008/2009;

5 – Outros assuntos de interesse partidário.



Contamos com a presença de todos.

Teresina, 30 de outubro de 2008.

FUNDEB :EFICIENTE ??.....O CENSO DEIXA DÚVIDAS.


O Diário Oficial da União de hoje publicou os dados preliminares do Censo Escolar de 2008. Apesar de ser permitido aos estados, municípios e escolas particulares questionarem e corrigirem dados ali registrados é óbvio que estas correções não alteram as tendências evidenciadas nos resultados.
E o que os números nos trazem de informações importantes?
Passados dois anos de vigência do novo modelo de financiamento educacional, no caso o Fundeb, seus efeitos esperados ainda não aconteceram. A substituição de um fundo centrado do ensino fundamental por outro mais abrangente criou a expectativa de que o país conseguiria aumentar a cobertura escolar em toda a educação básica, especialmente na educação infantil e no ensino médio, os dois gargalos mais evidentes das dificuldades de acesso da população brasileira.
Analisando os dados dos censos escolares de 2003 a 2008 é possível verificar que a criação do Fundeb não reverteu, pelo menos até agora, a tendência de queda das matrículas (veja gráfico 01). Em 2003 tínhamos 48,4 milhões de alunos nas redes estaduais e municipais e a prévia do censo de 2008 aponta apenas 43,9 milhões, ou seja, uma redução de 9,3%. E mais, esta redução teve como conseqüência uma maior carga de responsabilidade nas costas dos municípios brasileiros que passaram de 51% para 54,9% seu peso nas matrículas.
O ensino fundamental continua caindo, tendência que já vem se manifestando faz algum tempo. As explicações são encontradas no comportamento demográfico e numa melhoria do fluxo escolar. Em 2003 tínhamos 31,1 milhões de alunos e hoje temos apenas 27,5 milhões. O preocupante não é a redução em si, pois há mais alunos na sala de aula do que o total de crianças na idade de 7 a 14 anos. O preocupante é que a rede estadual continua diminuindo de tamanho, mesmo que receba do Fundeb, da mesma forma que recebeu do Fundef, o mesmo incentivo que a rede municipal. É a chamada municipalização do ensino que continua a ocorrer de maneira clara: em 2003 a participação da rede estadual era de 42,6% das matrículas públicas e hoje não passa de 37,8%. A conseqüência é que aumentou o peso relativo da rede municipal também nesta etapa de ensino.
A educação infantil, um dos motivos que por si só justificaria a superação do Fundef, apresentou uma leve reação em 2008 se comparado com os números de 2007 (1,2% de crescimento), mas com isso apenas conseguiu chegar ao patamar de 2003. E isso só não foi pior porque os municípios mais uma vez cresceram suas matrículas em 2,64%, enquanto a rede estadual continua a sua retirada acelerada do fornecimento deste serviço, agora incentivados pela legislação do Fundeb, tendo diminuído a oferta em 36,2% em relação a 2007.
A matrícula do ensino médio também continuou a cair, mesmo depois de dois anos tendo o financiamento garantido pelo Fundeb. Em 2003 tínhamos 7,8 milhões de alunos e em 2008 foram registrados 6,9 milhões, ou seja, uma queda de 11%.
Os dados censitários de 2007 e 2008 acendem a luz de alerta da oferta da educação de jovens e adultos. Em 2003 tínhamos 4,1 milhões de alunos na EJA presencial pública e em 2007 esse número caiu para 2,8 milhões e se manteve no mesmo patamar em 2008. Isso representa uma redução de 30%. A responsabilidade das redes estaduais nesta redução é fácil de apurar. Em 2006 a rede estadual atendia 2,5 milhões de alunos jovens e adultos e agora atende 1,4 milhões a menos. A redução no mesmo período da rede municipal foi de 353 mil alunos.
A pergunta que fica no ar: por que o Fundeb não conseguiu até o momento elevar a oferta de vagas públicas em nosso país, mesmo depois de dois anos de vigência?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

RIR ....., PARA NÃO CHORAR

QUAL A PARTE QUE ME CABE DESTE LATIFÚNDIO?


CIDADE MARAVILHOSA... , CHEIA DE POBRES MIL...,

É A TERESINA PERFEITA... ,ESCONDIDA DO BRASIL
.

(APS)

COM TANTA TERRA......O QUÊ É ISSO COMPANHEIRO ?VAMOS DIVIDIR.



Sem ter para onde ir, cerca de 30 famílias que residiam na Vila Luci, zona Sudeste de Teresina, e que estão abrigados na Associação de Moradores da Vila Coronel Carlos Falcão e em um prédio da Policia Militar estão denunciando que a Prefeitura de Teresina deu um prazo de 20 dias para que os mesmo voltem as suas casas que no período da chuva foram inundadas pelas águas de uma lagoa da região.
Os moradores disseram à reportagem do Portal AZ que a prefeitura vai ter que chamar a policia para colocar eles para fora, pois a mesma tinha se comprometido a dar um terreno em uma área que não seja de risco. “Quando é no período das cheias eles prometem tudo para aparecer bem na mídia, mas agora que a mídia já nos tirou de cena eles querem fazer o que querem com a gente”, diz a desabrigada Raquel Araújo.

A reportagem do Portal AZ foi até o local onde as famílias residiam e nas fotos abaixo pode se observar que muitas casas estão caídas e não existe nenhum tipo de saneamento básico para que os mesmos possam voltar a residir no local.

Raquel Araújo afirmou também que a prefeitura está oferecendo um 'kit taipa' que é composto por madeira e telha, mas mesmo assim o kit ainda não foi colocado à disposição dos moradores. Ela afirma ainda que muitas famílias estão pedindo esmolas nas ruas pelo fato de muitas delas não terem condições de comprar alimentos para a família, como é o caso da filha da dona Digleuma Sousa, de 39 anos, que vê a sua filha de 19 anos ter que ir pedir esmolas todos os dias nas ruas para poder alimentar sua neta. “Todos os dia observamos na televisão que são liberadas cestas básicas para vários locais, mas até agora só fomos atendidos uma única vez”, revela Digleuma Sousa.

Na sede da Associação que foi improvisada para receber as dez famílias, muitas crianças estão com diarréia e outras já contraíram o vírus da dengue devido à falta de higiene no local. “Têm gente da prefeitura que chama a gente de porcos, mas como podemos manter a higiene em um local que só tem uma torneira e um banheiro para cerca de 50 pessoas”, diz Tereza Pereira.

Tereza Pereira que durante nossa reportagem chorou muito disse que nunca imaginava que teria que morar dentro de um banheiro. “Minha situação é triste vivo dentro deste banheiro e durmo em um colchão velho cheio de insetos”, diz Tereza Pereira de 61 anos.

Alem de Tereza, outras pessoas também estão morando em pequenos cômodos improvisados. Alem de prometerem resistência às suas retiradas do local, as famílias prometem que irão fazer um panelaço em frente à SDU/Sudeste se a mesma quiser insistir em mandar as famílias de volta para a área de risco, informam os desabrigados.

ADMINISTRAÇÃO COM PÉ DE CABRA.

27 de outubro de 2008 - O governo federal resolveu abrir o cofre na semana passada, em mais alguns passos para dar liquidez ao mercado, muito nervoso. O segredo foi aberto em etapas. Primeiro veio o anúncio de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faria aportes no setor de construção civil da ordem de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, como forma de garantir a expansão e a atividade na área residencial — altamente geradora de empregos e dividendos políticos.

A segunda abertura do cofre foi feita com um pé-de-cabra, sem cerimônias, com medida provisória publicada no Diário Oficial da União. Nada de anúncio prévio ou explicações. Apenas o preto no branco. A MP habilita o Banco do Brasil a investir em participações acionárias de outras instituições financeiras, fundos de pensão, além de empresas de capitalização e previdência. A aquisição pode ser total ou parcial. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não há bancos em dificuldade. Que a MP é preventiva. E que não há motivos para pânico.

Outro ponto fundamental da MP 443 é a possibilidade de a Caixa Econômica Federal comprar partes ou o controle de construtoras, por meio da recém-criada CaixaPar. Faltou dizer para o cidadão comum e para os interessados como se darão essas aquisições, tanto de construtoras como de bancos. Nada ficou claro na semana passada.
Muita coisa ainda está sem explicação.

Klaus Kleber

CULTURA :Exposição em Berlim homenageia alemães que ajudaram judeus

BERLIM - Foi inaugurada em Berlim na terça-feira a primeira exposição que celebra os 'heróis silenciosos' da Alemanha, que ajudaram judeus a escapar da perseguição nazista durante o Holocausto.

A exposição consiste em fotos, cartas e outros documentos dos cerca de 20 mil não judeus na Alemanha que arriscaram suas vidas para dar comida, abrigo ou trabalho a judeus entre 1938 e 1945.

- Existem muitos memoriais às vítimas do nazismo, mas nunca houve um dedicado exclusivamente a esses heróis - disse Johannes Tuchel, diretor de uma organização que cuida de memoriais à resistência contra o nazismo.

Depois de mais de 60 anos tentando compreender como os alemães puderam apoiar Hitler, muitos ainda temem qualquer justificação aparente ou evasão de responsabilidade pelo nazismo.

Tuchel disse que a exposição Heróis Silenciosos não abriu antes porque a questão da resistência aos nazistas é delicada na Alemanha.

Andre Schmitz, o responsável pela cultura na prefeitura de Berlim, disse que o local da exposição, no agitado distrito de Mitte, também é significativo.

- Fica a alguns passos de distância da antiga fábrica de pincéis onde o ativista antinazista Otto Weidt infringiu a lei ao dar a judeus cegos e surdos abrigo e oportunidade de trabalho durante o governo de Hitler - disse ele ao jornal Berliner Zeitung.

A exposição, que é permanente, celebra muitos indivíduos cujas ações até agora eram desconhecidas do grande público. Mas também inclui fotos e escritos de Oskar Schindler.

Schindler, cuja história serviu de base para o filme de 1993 de Steven Spielberg A Lista de Schindler, premiado com o Oscar, foi um empresário que empregou mais de 1.100 judeus em sua fábrica e ajudou a salvá-los da deportação a campos de concentração.

Acompanhe os principais fatos da crise financeira mundial

A derrocada financeira global teve início nos EUA em março de 2007, com a crise do "subprime", como é chamada a modalidade de empréstimos de segunda linha no país.

Com o aquecimento do mercado imobiliário, as financeiras americanas passaram a confiar de modo excessivo em pessoas que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas.

O bom momento econômico de então, com taxas de juros baixas no país e boas condições de financiamento, fez os americanos se endividarem para comprar imóveis.

Os bancos decidiram transformar os empréstimos hipotecários em papéis e venderam a outras instituições financeiras, culminando em uma perda generalizada.

Alguns dos maiores bancos dos Estados Unidos anunciaram prejuízos bilionários e tiveram de ser socorridos.

Veja abaixo os principais episódios da crise financeira:

Junho/2007: O banco norte-americano Bear Stearns anuncia redução de 30% no lucro do segundo trimestre por causa dos créditos imobiliários

Julho/2007: A Countrywide Financial, maior empresa do ramo de crédito hipotecário dos Estados Unidos, divulga queda no lucro e reduz projeções para os meses seguintes

Agosto/2007: O banco BNP Paribas anuncia o congelamento dos resgates em três fundos de investimento lastreados em hipotecas de alto risco

Setembro/2007: Ações do Northern Rock, quinto maior provedor de hipotecas do Reino Unido, desabam mais de 30% na Bolsa. Clientes sacam US$ 4 bilhões

Outubro/2007: O lucro líquido do Citigroup cai 57% no terceiro trimestre de 2007, em relação a igual período de 2006, por conta dos ativos lastreados em hipotecas

Fevereiro/2008: O banco Credit Suisse tem queda de 72% em seu lucro líquido do quatro trimestre de 2007.

Em crise, o banco britânico Northern Rock é nacionalizado

Março/2008: A maior seguradora do mundo, a AIG, anuncia perdas de US$ 5,3 bilhões no quarto trimestre de 2008

O JP Morgan compra o Bear Stearns por US$ 236,2 milhões, ou US$ 2 por ação. Um ano antes, o papel era negociado a US$ 70

Abril/2008: O banco Wachovia, quarto maior dos Estados Unidos, registra prejuízo de US$ 393 milhões no primeiro trimestre e corta 41% do dividendo distribuído aos acionistas

Maio/2008: A agência de crédito hipotecário Fannie Mae, anuncia prejuízo de US$ 2,19 bilhões no primeiro trimestre e também reduz dividendos

Julho/2008: O banco norte-americano IndyMac anuncia a quebra

Agosto/2008: O Tesouro dos Estados Unidos avisa que fará o resgate das agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac e oferece garantias de até US$ 100 bilhões para as dívida de cada uma delas

Setembro/2008: O banco Lehman Brothers pede proteção à lei de falências e ocasiona a maior queda nas Bolsas dos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001

O terceiro maior banco britânico, o Barclays, anuncia que vai adquirir o conjunto das atividades norte-americanas e a sede do gigante dos investimentos Lehman Brothers, por US$ 1,75 bilhão

O banco central dos EUA, o Federal Reserve, nacionaliza a seguradora AIG, concedendo-lhe um crédito de US$ 85 bilhões em troca de 79,9% de seu capital

O Tesouro dos EUA anuncia a criação de um plano de cerca de US$ 700 bilhões para comprar os títulos hipotecários que perderam valor e ameaçavam os bancos em crise

O lucro do Goldman Sachs desaba 70% no terceiro trimestre e passa para US$ 845 milhões, ou US$ 1,81 por ação

Os seis principais bancos centrais do mundo anunciam uma "medida coordenada" com a injeção de bilhões de dólares no mercado financeiro para enfrentar a falta de liquidez

O Merrill Lynch é vendido ao Bank of América por US$ 50 bilhões

O Fed aceita a proposta que transforma o Goldman Sachs e o Morgan Stanley em bancos comerciais

O grupo empresarial Berkshire Hathaway, dirigido pelo multimilionário americano Warren Buffett, anuncia o investimento de US$ 5 bilhões no banco Goldman Sachs, para reforçar a capitalização e a liquidez da entidade

Após a liberação do Fed para se transformar em um banco comercial, o banco Morgan Stanley congelou as negociações para uma fusão com o também americano Wachovia

O banco britânico Lloyd TSB compra o concorrente HBOS, que estava à beira da falência

O Fed volta a intervir no mercado e injeta US$ 20 bilhões no sistema financeiro do país para aumentar a liquidez

Diante da dificuldade de aprovação do pacote, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, utiliza um discurso mais rígido e afirma que a economia norte-americana pode entrar em recessão

A crise se agrava com a quebra do sexto maior banco americano, Washington Mutual (WaMu), e a venda de suas atividades bancárias ao banco JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão

Congresso dos EUA fecha acordo sobre pacote econômico, que liberaria US$ 700 bilhões para socorrer o setor financeiro

Dois bancos europeus, o britânico Bradford & Bingley e parte do belga Fortis, são nacionalizados devido à crise

Sadia anuncia perdas de R$ 760 milhões com operações no mercado financeiro. Aracruz também admite perdas, mas não diz quanto

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos surpreende e rejeita o pacote de socorro ao setor financeiro, apesar de acordo prévio anunciado

Outubro/2008: O Senado dos EUA aprova um novo pacote de resgate financeiro, que mantém os gastos de até US$ 700 bilhões. O novo projeto tem de voltar à Câmara

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprova a nova versão do pacote de resgate financeiro, dois dias depois de ter sido aprovada pelo Senado.

Aracruz anuncia perda de R$ 1,95 bilhão com operações no mercado financeiro

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sanciona a lei que permite colocar o plano em vigor, dizendo que a ação "vital para ajudar que a economia americana supere a tempestade financeira".

O Bank of America anuncia que está disposto a gastar até US$ 8,4 bilhões para reestruturar os empréstimos hipotecários dos clientes de sua nova filial Countrywide, adquirida em julho quando estava à beira da falência

O governo e os bancos da Alemanha fecham um acordo para a criação de um plano de 50 bilhões de euros para evitar a quebra do banco Hypo Real Estate (HRE).

O banco americano Wells Fargo anuncia que conseguiu anular, com um recurso de apelação, a decisão do juiz de Nova York que ordenava o congelamento da fusão com o Wachovia

Apesar da aprovação do pacote de socorro nos EUA, os investidores começam a desconfiar da eficácia do plano e, com temores de que possa acontecer uma recessão global, os mercados desabam e no Brasil, a Bovespa interrompe as negociações por duas vezes na segunda-feira, dia 6 de outubro, depois de recuar mais de 15%.

Para tentar conter o avanço da crise, os bancos centrais no mundo divulgam uma série de medidas. O Fed (Federal Reserve, autoridade monetária americana) diz que vai colocar mais US$ 450 bilhões à disposição do sistema financeiro e anuncia uma medida sem precedentes: comprar papéis de curto prazo emitidos por empresas


O Fed e mais cinco bancos centrais, incluindo o Europeu, anunciam um calendário de operações de refinanciamento, numa ajuda conjunta ao sistema financeiro

A União Européia decide elevar a garantia dos depósitos bancários no grupo de 20 mil euros para 50 mil euros e afirma que não permitirão que nenhum grande banco quebre na região.

O governo britânico discute com instituições financeiras a possibilidade de uma injeção de recursos públicos. Fontes dizem que três grandes bancos, Royal Bank of Scotland, Lloyds TSB e Barclays, estavam em busca de 15 bilhões de libras (US$ 26 bilhões) cada para ajudá-los a enfrentar a crise global

Em relatório, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que o pior da atual crise financeira global ainda está por vir

A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, diz que a crise financeira já afeta mercados como o brasileiro

No Brasil, o Banco Central e o Ministério da Fazenda anunciam ações para evitar que os problemas financeiros norte-americanos reflitam no Brasil. Entre as medidas, estão o aumento do limite da dedução de compulsórios para R$ 300 milhões, a disponibilização de R$ 24 bilhões exclusivos para a compra de carteira de bancos menores e ampliação da linha de crédito para exportações em R$ 5 bilhões.

Os principais bancos centrais do mundo decidem reduzir suas taxas básicas de juros, em uma ação emergencial conjunta sem precedentes

O FMI prevê uma forte freada no crescimento da economia mundial em 2008 e 2009. Para os Estados Unidos, a projeção de crescimento baixou para 0,1%. Para a América Latina, a expectativa é de uma expansão de 4,6%.

O Reino Unido anuncia um plano interno de ajuda ao setor bancário que vai custar 50 bilhões de libras (equivalente a US$ 90 bilhões). Mas o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, defende um plano europeu de socorro ao sistema financeiro.

No Brasil, o Banco Central decide vender dólar no mercado à vista, prática que não adotava desde 2003, para tentar reduzir a cotação da moeda, que subia forte.

E nós assalariados no meio dessa suposta crise financeira ...PATRÃO NERVOSO ..." O GRANDE CAPITAL" ficamos feito bestas sem entender como existe uma crise financeira ,onde só se fala em milhões ...trilhões e sei lá mais o que.
E,.... eu vou por aqui me virando nos 480,00 reais.

UM MINUTO DE POESIA


ESTRELA
(Vladimir Mayakovsky)

Escutai! Se as estrelas se acendem
será por que alguém precisa delas?

Por que alguém as quer lá em cima?
Será que alguém por elas clama,
por essas cuspidelas de pérolas?
Ei-lo aqui, pois, sufocado, ao meio-dia,
no coração dos turbilhões de poeira;
ei-lo, pois, que corre para o bom Deus,

temendo chegar atrasado,
e que lhe beija chorando
a mão fibrosa.
Implora! Precisa absolutamente
duma estrela lá no alto!
Jura! Que não poderia mais suportar

essa tortura de um céu sem estrelas!
Depois vai-se embora,
atormentado, mas bancando o gaiato
e diz a alguém que passa:
"Muito bem! Assim está melhor agora, não é?
Não tens mais medo, hein?"

Escutai, pois! Se as estrelas se acendem
é porque alguém precisa delas.
É porque, em verdade, é indispensável
que sobre todos os tetos, cada noite,
uma única estrela, pelo menos, se alumie.

(Tradução E. Carrera Guerra)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A PERGUNTA


Franz Kafka
Só a nossa noção de tempo nos faz pensar em Juízo Final, quando é de justiça sumária que se trata.

O suicida é como o prisioneiro que, vendo armar-se uma forca no pátio, imagina que é para ele - foge de sua cela, à noite, desce ao pátio e pendura-se ao baraço.

Os mártires não menosprezam o corpo, apenas fazem-no pregar à cruz: é no que estão de acordo com seus adversários.

As portas são inumeráveis, a saída é uma só, mas as possibilidades de saída são tão numerosas quanto as portas. Há um propósito e nenhum caminho: o que denominamos caminho não passa de vacilação.

Os leopardos invadem o Templo e esvaziam os vasos sagrados... O fato não cessa de reproduzir-se; até que se chega a prever o momento exato e isso entra a fazer parte do ritual.

Os bons vão a passo certo; os outros, ignorando-os inteiramente, dançam à volta deles a coreografia da hora que passa.

Outrora eu não podia compreender que minhas perguntas não obtivessem resposta; hoje em dia não compreendo que jamais tivesse admitido a hipótese de formular perguntas... Bem, eu não acreditava então em coisa alguma - só fazia perguntar.


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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quem foi Clarice Lispector......??????


Nascimento: 1925/12/10 Tchetchelnik (Ucrânia)
Morte: 1977/12/09
País: Brasil
Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. Sobre Clarice, escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinquenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".

"TUDO É O OLHAR"


Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
Clarice Lispector

FRAGMENTOS ........



Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
(Perto do Coração Selvagem)
Clarice Lispector



Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.
Clarice Lispector


Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Clarice Lispector

Gosto dos venenos os mais lentos!
As bebidas as mais fortes!
Dos cafes mais amargos!
E os delirios mais loucos.
Voce pode ate me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
E daí
eu adoro voar!!!
clarice lispector

...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Clarice Lispector

FELICIDADE CLANDESTINA

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.


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Clarice Lispector. In: "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

FORA AS TROPAS BRASILEIRAS DA FRONTEIRA

SOLIDARIEDADE AOS CAMPONESES SEM TERRA
Tropas militares brasileiras ocuparam nos últimos dias toda a faixa da nossa fronteira com o Paraguai, inclusive a região onde fica a usina de Itaipu Binacional. Informalmente, o governo federal insinua que se trata de uma operação para combater o contrabando, competência constitucional da Polícia Federal e não das Forças Armadas. Na verdade, trata-se da "Operação Fronteira Sul – Presença e Dissuasão", apresentada como simples "exercícios militares".



Movimentos sociais paraguaios, entretanto, vêm denunciando que se trata de uma ameaça militar do governo brasileiro, exatamente no momento em que trabalhadores sem-terra vêm ocupando latifúndios transnacionais produtores de soja - de propriedade atribuída a brasileiros (os chamados "brasiguaios") - que se alastram a partir da fronteira, destruindo o meio ambiente e expulsando os camponeses pobres para as periferias das cidades.



Essas terras - das quais camponeses foram expulsos à força - foram irregularmente cedidas pela ditadura militar paraguaia de Strossner a seus partidários, que as transferiram a amigos da ditadura militar brasileira, nos anos 70, quando foi firmado, sem qualquer transparência, o acordo que criou a Binacional Itaipu.



O preocupante é que a operação militar de "dissuasão" se dá logo em seguida à discreta publicação do decreto nº 6.592, no último dia 2 deste mês. O decreto (assinado por Lula e Nelson Jobim, Ministro da Defesa), feito sob medida diante da ofensiva popular na América do Sul, afasta o Brasil de sua imagem pacifista, ao estabelecer parâmetros elásticos e subjetivos para definir a expressão "agressão estrangeira". Este decreto veio a propósito de uma pressão da direita militar brasileira, como se pode verificar no sítio www.defesanet.com.br, que exibe emblemática matéria sob o título "Exclusivo: Missão Paraguai" (*).



O PCB exige a imediata retirada das tropas brasileiras da fronteira com o Paraguai e conclama o Presidente Lula a se comportar à altura do momento histórico que vive a América Latina, em que os nossos povos resolveram dar um basta a atitudes imperialistas como esta e construir sociedades justas e solidárias.



Além de respeitar a soberania do Paraguai, deve o governo brasileiro renegociar o leonino acordo de Itaipu, no sentido de reparar os prejuízos que este causa ao povo paraguaio, e devolver imediatamente àquele país amigo seus Arquivos e Tesouros Nacionais, saqueados no século XIX por nossas tropas, após o vergonhoso genocídio que cometeram, em famigerada "tríplice aliança" com Argentina e Uruguai.



Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2008
(INTERSINDICAL)

QUEM VAI PAGAR A CRISE ? VOCÊ OU OS BANCOS????



Até há poucos dias, falar em intervenção do Estado ou de Governos na economia e na sociedade, era visto como um dos maiores pecados. As grandes empresas e bancos, depois de anos de lucros astronômicos, sofreram graves perdas e exigem que todos os governos e sociedades do mundo passem a socorrê-los. Basta notar que só neste ano foi desembolsado algo em torno de 26 trilhões de dólares para salvar os grandes grupos capitalistas. Trágica ironia é que bastariam 150 bilhões de dólares para eliminar a fome no mundo. A crise nasceu da facilidade de crédito internacional disponibilizada à sociedade com juros momentaneamente baixos e com longas prestações.



Milhões de pessoas compraram carros, TVs, casas e utensílios domésticos a crédito. Enquanto foi possível encontrar consumidores, as empresas venderam e obtiveram lucros astronômicos, aos poucos os mercados consumidores foram diminuindo. Os estoques das empresas foram aumentando e, sem ter a quem vender, as empresas começaram a dispensar
trabalhadores e aumentar os juros para recuperar as suas taxas de lucro. Os consumidores, sem ter como pagar as prestações, estão perdendo suas casas, carros (enfim, todos os seus bens) etc.



Os bancos financiadores não têm o que fazer com tanto carro, casas. Pior, as TVs, os jornais, os políticos e os governos não estão falando, mas cabe a nós dizermos! Eles querem que o povo pague a conta da seguinte forma: Transferência do suado dinheiro conseguido pelo trabalho de todos nós aos banqueiros. A crise vai se agravar ainda mais com o aumento dos juros (nacional-internacional) e pelo aumento de impostos, gerando o endividamento das famílias e a perda de bens das pessoas.



O fruto desta perda social será destinado ao socorro das empresas capitalistas que, para sobreviver, realizarão fusões entre os grandes grupos econômicos, provocando ainda mais o crescimento do desemprego, da violência urbana, das falências. Frente a esta situação, os trabalhadores e a sociedade devem cobrar do Governo medidas que atendam aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que foram ludibriados por esse conto do vigário.



Cabe exigir que o governo brasileiro aumente as taxas de importação, protegendo o mercado interno da competição desleal com os produtos de outros países, evitando com isso a falência das empresas. Devemos exigir ainda a imediata redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais pelo menos - evitando o desemprego e a explosão da violência. O dinheiro público deve ser gasto com as coisas públicas. Igualmente, o Governo brasileiro deve priorizar intercâmbio comercial com os países latino-americanos. Exigimos ainda a imediata redução das taxas de juros, ainda as mais altas do mundo. O Brasil deve substituir o dólar nas relações comerciais regionais (como já faz com a Argentina) por uma moeda latino-americana. Igualmente é importante a estatização da rede bancária e a garantia de expansão das rendas básicas aos setores mais fragilizados da sociedade.



Todas essas medidas emergenciais visam proteger a soberania nacional e prioritariamente as classes populares da sociedade brasileira.





São Paulo, 22 de outubro de 2008.





A Diretoria do Sindicato dos

Sociólogos do Estado de SP

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vossa Excelência


Titãs

Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...

-"Estamos preparando
Vossas acomodações
Excelência!"



-"Isso não prova nada
Sob pressão da opinião pública
É que não haveremos
De tomar nenhuma decisão
Vamos esperar que tudo caia
No esquecimento
Aí então!
Faça-se a justiça!"

Sorrindo para a câmera
Sem saber que estamos vendo
Chorando que dá pena
Quando sabem que estão em cena
Sorrindo para as câmeras
Sem saber que são filmados
Um dia o sol ainda vai nascer
Quadrado!...

DO NADA AO TUDO


Tim Maia

Vagava por esse mundo minha origem não sabia.
Vagava por esse mundo minha origem não sabia.

Sem ninguem pra me dizer, ai como eu sofria...
Sem ninguem pra me dizer, ai como eu sofira...


Chorando minha Desdita, sem entender o porque!
Hoje sei Toda Verdade, do livro dos livros é que vim a
conhecer.
Hoje Sei toda Verdade, do livro dos livros é que vim a conhecer.

Vaguei, sofri, chorei.
Mais tudo isso acabou me imunizei.
Vaguei, sofri, chorei.
Mais tudo isso acabou me imunizei.

SEJA BEM VINDO (A) !!!!!



FIQUE A VONTADE PARA DEIXAR SEU COMENTÁRIO.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

EU AMO TUDO QUE FOI....



Eu amo tudo o que foi,

Tudo o que já não é,

A dor que já me não dói,

A antiga e errônea fé,

O ontem que dor deixou,

O que deixou alegria

Só porque foi , e voou

E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa, 1931

JEAN PAUL SARTRE... SIMONE DE BEAUVOIR





Simone de Beauvoir e Sartre

“Sartre estava convencido de que o amor não era possessão. Para ele, um tipo mais generoso de amor significava amar a outra pessoa como um ser livre. Quando Beauvoir levantou a espinhosa questão do ciúme, Sartre disse que, se contassem tudo um ao outro, um nunca se sentiria excluído da vida do outro. Não deveriam ter segredos. Em casos amorosos, dúvidas, inseguranças e obsessões, deveriam ter como objetivo a abertura total. Ele chamava isso de “transparência”.” Trecho da biografia escrita por Hazel Rowley (ps: esse trecho é sobre o início do romance deles)

UM MINUTO DE POESIA COM ...... Drummond de Andrade


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no mei do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A Um Ausente (Carlos Drummond de Andrade)

Tenho razão de sentir saudade,
"tenho razão de te acusar".
"Houve um pacto implícito que rompeste"
e sem te despedires foste embora.
"Detonaste o pacto."Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

MORRE LENTAMENTE ...............


De Pablo Neruda

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve musica, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio ,quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito ,repetindo todos os dias o mesmo trajeto,quem não muda de marca , não se arrisca a vestir uma nova cor , ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

ARMADILHA POÉTICA :Do século XII à Modernidade

O gênero funk, de raízes africanas e estadunidenses, foi difundido principalmente na cidade do Rio de Janeiro e pertence a nova classe musical brasileira. Este novo gênero é um retrato da sociedade – não só de baixa renda, visto que os “bailes funk” são freqüentados majoritariamente por pessoas de classe média alta – que nos obriga a pensar que tipo de educação e cultura estamos recebendo e doando.

Em 2006, o cantor e compositor Chico Buarque, consagrado no meio artístico, lançou o cd “Carioca”, sendo que a primeira música, Subúrbio, possui o seguinte refrão:

Lá não tem claro-escuro
A luz é dura
A chapa é quente
Que futuro tem
Aquela gente toda
Perdido em ti
Eu ando em roda
É fim de linha
É lenha, é fogo, é foda.
[...]
O autor utiliza-se do linguajar típico dos freqüentadores de “bailes funk” para compor o cenário musical vigente no Rio de Janeiro, deixando explicita a influência do funk atualmente. É realmente preocupante. A reforma educacional é mais urgente do que imaginamos, pois engloba ainda uma reforma cultural, onde até mesmo estruturas familiares devem ser repensadas. Não é “engraçadinho” ver uma criança cantando um refrão de funk ou “dançando na boca da garrafa”.

Portanto, nota-se a grande semelhança entre o Trovadorismo e o funk, prevendo-se que, futuramente, o estudo do segundo será obrigatório em classe assim como hoje se estuda o Trovadorismo com afinco. E como futura educadora, espero que seja feita justiça; deixemos o funk para ser estudado daqui a 900 anos também.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

NÃO HÁ SOLUÇÃO CAPITALISTA PARA A ATUAL CRISE CAPITALISTA

Eis a seguir a Declaração:

1. A Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade e o Foro Mundial de Alternativas, reunidos em Caracas do 13 ao 17 de outubro, agradecem ao povo e Governo da Venezuela Bolivariana por ter-nos permitido realizar este Primeiro Encontro conjunto.

2. A atual crise capitalista não pode ter uma solução capitalista, pois significaria trasladar os custos e semear novos sofrimentos nos países e povos do Sul e nos sectores mais vulneráveis do Norte. Por isso, rechaçamos que as decisões sejam assumidas pelos mesmos culpáveis da crise, como o G8, o G20 e seu Foro de Estabilização Financeira, ou os organismos multilaterais, o FMI, a OMC ou o Banco Mundial. È urgente fortalecer os espaços já existentes e criar novos espaços de decisão com a participação e mobilização dos governos, as instituições inter-governamentais, os movimentos sociais e os intelectuais, para impulsionar saídas alternativas orientadas rumo a uma Nova Ordem Financeira e uma nova economia.

3. O capitalismo é responsável também pela crise ambiental que põe em risco a própria sobrevivência da Humanidade: cambio climático, crise alimentar, crise energética e escassez de água doce.

4. A crise abre oportunidades para a construção de alternativas. Devemos aproveitar o fracasso das negociações de Doha para elaborar novas formas e normas de intercambio, baseadas no respeito dos Direitos Humanos fundamentais, na segurança e soberania alimentar e na solidariedade entre os povos. Repudiamos o pagamento das dívidas externas dos países do Sul, a fim de restabelecer a soberania sobre os recursos naturais e exigir o pago da dívida ecológica.

5. Expressamos nossa solidariedade e compromisso militante com os novos processos sociais e políticos emancipatórios da América Latina e de outros países da África e Ásia, como no caso do Nepal, que abrem novas e promissoras perspectivas para a construção de um mundo melhor.

6. A Revolução Venezuelana, inspirada no ideal bolivariano, representa um referente de libertação para as forças democráticas e revolucionárias do mundo. Expressamos nossa solidariedade e rechaçamos os ataques do Imperialismo e da direita em contra do Governo e povo venezuelanos. Manifestamos nossa satisfação pelo triunfo obtido pelo Presidente Evo Morales no Referendo ratificatório, assim como pelo povo equatoriano pela aprovação de sua nova Constituição. Estamos convencidos de que estas ratificações populares dos governos de esquerda continuarão em data próxima nas eleições que terão lugar em Venezuela e no Referendo constitucional que deverá ser convocado em Bolívia.

7.Ressaltamos a efetiva ação da UNASUL (União de Nações Sul-americanas) ante a tentativa de golpe de Estado na Bolívia, o que demonstrou a capacidade soberana dos países da região para decidir com autonomia.

8. As intervenções do Imperialismo continuam em meio de crescentes custos humanos em todos os Continentes. Expressamos nossa profunda inquietude pela aguda crise social e política pela qual atravessa Colômbia, especialmente pela repressão contra os movimentos sociais, operários, campesinos e indígenas; os obstáculos governamentais que têm sabotado os avanços no processo de paz; e as agressões da estratégia paramilitar do Estado colombiano, em estreita vinculação com o Governo de Bush, contra os países da região.

9. A reativação da IV Frota da Marinha dos Estados Unidos mostra a agressividade com que esse país pretende deter os processos emancipatórios em curso nesta parte do mundo. A persistência do bloqueio norte-americano a Cuba é outra amostra da perversidade imperial e ao mesmo tempo mostra o fracasso de sua política contra um povo que neste 1º de janeiro do 2009 fará 50 anos de uma Revolução que tem sido exemplo de dignidade. Expressamos nossa solidariedade ante a devastação provocada pelos furacões que assolaram a Ilha.

10. Condenamos a violência exercida pelo Estado de Israel contra o povo palestino, a qual se tem acentuado extraordinariamente em um processo que aparenta não ter limite algum; e respaldamos a campanha internacional de boicote à política criminal do Estado de Israel.

11. No Afeganistão e Iraque, dos povos arrasados pelo Imperialismo, continua a guerra de agressão dos Estados Unidos e da OTAN semeando morte e destruição a seu passo. Exigimos a saída imediata de todas as tropas estrangeiras. Condenamos as ameaças de agressão do Imperialismo contra o Irã.

12. Na África, muitos povos são vítima de conflitos alheios a seus próprios interesses e que põem em perigo sua própria sobrevivência. Padecem as ações das corporações transnacionais interessadas no saque de seus recursos naturais, como no caso da República Democrática do Congo e Nigéria, ou de poderes externos, como no caso da Somália. Apoiamos os governos africanos que rechaçam a presença do Comando África (Africom) da Armada norte-americana e o estabelecimento de Tratados com a União Européia.

13.Frente à barbárie das situações assinaladas, ratificamos nossa convicção de que o Socialismo é a única alternativa para solucionar o conjunto dos problemas econômicos, sociais, políticos, culturais, ambientais e civilizatórios da Humanidade. Sua construção será o resultado da convergência e da mobilização dos trabalhadores e das trabalhadoras, camponeses, indígenas, mulheres, movimentos sociais e ambientais e de outros grupos que desafiam a injustiça, para fazer realidade a esperança dos povos por Outro Mundo Possível.

Caracas, 17 de outubro de 2008

INTERSINDICAL - Instrumento de Luta e Organização da classe Trabalhadora


Há mais de cinco séculos que a elite vem mantendo o povo trabalhador sem um bom serviço de educação pública. E há muitos é negado qualquer meio de escolaridade, gerando um alto índice de analfabetismo. Sem uma educação formal que o ajude a refletir e a ter conhecimento dos fatos como eles são, sem ter conhecimento dos problemas a partir de suas causas estruturais, o povo trabalhador se sente incapaz de decidir sobre seu próprio destino. Torna-se joguete nas mãos dos seus opressores e exploradores. Não por menos, já se vão mais de 120 anos que o povo "vota" escolhendo seus governantes. Melhor dizendo, vota escolhendo seus exploradores.

Se o ensino público já era precário antes de 1964, tornou-se ainda mais rebaixado com a implantação da ditadura militar. A política dos militares cassou aqueles profissionais do ensino que conseguiram escapar da mediocridade e passaram a fornecer um grau de ensino libertador, ensino que permite e estimula o acesso à pesquisa, à reflexão e que, portanto, estimula também à busca das soluções para os problemas estruturais.

Com a chegada do "tucanato" ao governo do estado de São Paulo, pela eleição de Mário Covas, deu-se um novo assalto ao já precário sistema educacional paulista. Professores foram demitidos, escolas fechadas, matérias eliminadas e salários rebaixados. Com isto, depois de 14 anos de governo do PSDB, a escolaridade do estado de São Paulo se tornou uma das piores de todo o Brasil, segundo dados oficiais. Alunos de 3ª série secundária têm dificuldade em ler e interpretar corretamente qualquer artigo de jornal.

E os "tucanos" tinham lá suas razões – embora criminosas – para fazer o que estão fazendo: pretendiam ficar no poder político por mais de 20 anos seguidos e, com isso, garantir a imposição da política neoliberal à nação brasileira. Para conseguir tal proeza, o rebaixamento do conhecimento popular era fundamental, assim como contar com os serviços da mídia, enganadora e vendedora das ilusões capitalistas, essa que enxovalha nossos lares com as drogas tipo Faustão, BBB, novelas e outros circos, tipo o dramalhão da infeliz Isabella.

Foi assim que tanto FHC no âmbito federal quanto Covas e Alckmin no estadual conseguiram vender gatos por lebres, ao desencadear o maior assalto ao patrimônio público, via privatização (privataria) das empresas públicas.

Mas, para isso, os tucanos (como agora os governos petistas) contaram também com o enfraquecimento do movimento popular, sobretudo do movimento sindical, cujas direções das centrais mais tradicionais foram cooptadas pelo capital e passaram a defender os interesses da exploração.

Não faz muito tempo, o governador paulista José Serra, também "tucano", veio a público informar que pretende privatizar nada menos que 18 empresas públicas do estado. Entre elas, empresas estratégicas como Metrô, SABESP, CESP, Nossa Caixa/Nosso Banco... Como previu a resistência dos trabalhadores organizados a esse seu desmando criminoso, Serra se antecipou e encomendou a perseguição aos militantes e lideranças sindicais mais combativos dessas empresas. No ano de 2007, orientou a demissão de dezenas de funcionários do Metrô, todos eles atuantes no movimento sindical e que se opuseram à sua privatização. No início deste ano, repetiu a dose com a demissão de centenas de trabalhadores da SABESP, com o discurso esfarrapado de que eram trabalhadores não concursados. Entretanto, não os substituiu por outros, tornando os serviços da SABESP mais precários que o habitual.

Na última semana, começou o ataque à organização sindical da Nossa Caixa, ao demitir um dos seus mais experientes funcionários, dirigente sindical e ardente defensor da Nossa Caixa como banco do povo e não como mais um banco a serviço da espoliação capitalista. Demitiu o Didi (Dirceu Travesso), seu funcionário há trinta anos e dirigente nacional da Conlutas.

Tornados precários progressivamente esses serviços públicos, Serra pretende dizer ao povo que o capital privado é mais competente que o Estado para administrá-los. E o povo, desorganizado, desinformado e manipulado pela mídia, acabará por engolir mais uma pílula de sua morte lenta e dolorosa.

Tais fatos nos revelam o quanto é urgente desenvolver um trabalho educativo junto à juventude para que ela deixe de ser massa de manobra de políticos inescrupulosos e traidores da nação brasileira

PSOL ...OUSAR LUTAR , OUSAR VENCER !!

PODERIA SER PIADA MAS NÃO É....EDUCAÇÃO : GOVERNO FEDERAL JÁ ESTA ALTERANDO A LEI DO PISO


O projeto ....
Atualmente, a Lei 11.738/08 determina que o piso será atualizado, a partir de janeiro de 2009, utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno do ensino fundamental urbano. Esse valor mínimo por aluno é calculado de acordo com a Lei do Fundeb (11.494/07).

O governo argumenta que a vinculação do aumento dos professores ao crescimento das receitas do Fundeb por estudante poderá acarretar uma elevação contínua da parcela correspondente aos gastos com a remuneração dos professores nas despesas totais com educação básica. Isso pode comprometer, no médio e longo prazo, o financiamento de outros itens para a melhoria da qualidade da educação básica pública, como aquisição de material de ensino.

PODE ESTAR EM QUALQUER LUGAR..........


EU PROCURO UM AMOR
QUE AINDA NÃO ENCONTREI
DIFERENTE DE TODOS QUE EU AMEI
PODE SER QUE EU A ENCONTRE
NUMA FILA DE CINEMA....
NUMA ESQUINA...
OU NUMA MESA DE BAR.

EU PROCURO UM AMOR
UMA RAZÃO PARA VIVER
E AS FERIDAS DESSA VIDA EU QUERO ESQUECER..

EU PROCURO UM AMOR
QUE SEJA BOM PRA MIM
VOU PROCURAR EU VOU ATÉ O FIM.

MULHERES PALESTINAS NA LUTA !!!!

VIVA A RESISTÊNCIA DO POVO PALESTINO!!!!!!

domingo, 19 de outubro de 2008

Suicídio e distúrbio bipolar


Os sinais e sintomas que acompanham sentimentos suicidas incluem:
- falar sobre se sentir suicida ou querer morrer
- sentir-se desesperado, dizendo que nada vai mudar ou melhorar
- sentir-se impotente, dizendo que nada que alguém faça faz diferença
- sentir-se uma carga para familiares e amigos
- abusar de álcool ou drogas
- colocar os negócios em ordem (p. ex., organizar as finanças ou dar
pertences para se preparar para a própria morte)
- escrever um bilhete de suicídio
- colocar-se em perigo ou em situações em que haja risco de ser morto.

Algumas pessoas portadoras do transtorno bipolar se tornam suicidas.
Qualquer pessoa que estiver pensando em cometer suicídio necessita de atenção imediata, de preferência por parte de um profissional de saúde mental ou um médico. Qualquer pessoa que fale em suicídio deve ser levada a sério. O risco de suicídio parece ser mais alto ao início da evolução da doença. Por esta razão, reconhecer o transtorno bipolar logo no início e aprender o melhor meio de controlá-lo podem diminuir o risco de morte por suicídio.
Enquanto algumas tentativas de suicídio são cuidadosamente planejadas ao longo do tempo, outras são atos impulsivos que não foram bem planejados; assim, o último item do quadro acima pode ser uma valiosa estratégia a longo prazo para pessoas portadoras do transtorno bipolar. De qualquer modo, é importante que se compreenda que sentimentos e atos de suicídio são sintomas de uma doença que pode ser tratada. Os sentimentos suicidas podem ser superados por um tratamento apropriado.

Se você estiver se sentindo suicida ou conhecer alguém que esteja:
- chame um médico, um serviço de emergência, ou ligue para 190 imediatamente
para obter ajuda logo
- certifique-se de que você, ou a pessoa suicida, não fique sozinho
- certifique-se de que não haja acesso a uma grande quantidade de medicação,
armas ou outros artigos que possam ser usados para auto-lesões.

sábado, 18 de outubro de 2008

EU NÃO TENHO MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF



[vida] [morte] [consciência]


Um teto todo seu
À beira do mar,
Perto do céu,
Entre o éter e o
Meu olhar.

Um passeio ao farol,
Uma liberdade além,
Acima do bem e
Do mal.Um caminho
Para dentro de mim
Dividido pelas águas
E um jardim.

Um encontro com
Mrs Dalloway,
Uma festa para celebrar
Quem sou e o que
Ainda será.

As ondas levando-me
Em correnteza,
Para a beleza de
Ouvir minha própria voz.

Nós, eu e Virgínia
Dentro do oceano
De palavras, perdidas
No fluxo da consciência.

Encontrando
A vida através da arte,
Vendo
A vida e sua constante
Transformação.
A ambivalência e
A certeza de ser
Diferente, de ser
Um amordaçado coração.

Nossa (in)sanidade
Escrita na pele,
Nas águas,
Na morte
Como redenção.
Na morte
Como superação.
O amor distante,
Um instante de luz,
Eu e Virgínia
Pregadas numa cruz.

Karla Bardanza

PENSAMENTOS DE VÍRGINIA WOOLF:




"Esta alma, ou vida dentro de nós, sem opção concorda com a vida exterior. Se alguém tiver a coragem de perguntá-la o que pensa, ela está sempre dizendo exatamente o oposto do que as outras pessoas dizem." [Virginia Woolf]


"Este é um livro importante, a crítica presume, porque lida com a guerra. Este é um livro insignificante, pois ele lida com os sentimentos das mulheres numa sala de visitas. " [Virginia Woolf]


"As coisas se desprenderam de mim. Eu prolonguei certos desejos; eu perdi amigos, alguns para a morte... outros pela incapacidade de atravessar a rua." [Virginia Woolf]


"Estas são as mudanças da alma. Eu não acredito em envelhecimento. Eu acredito em alterar para sempre o aspecto de alguém para a luz. Eis meu otimismo." [Virginia Woolf]


"Há muito sentido na idéia de que são as roupas que nos vestem, e não nós que as vestimos; podemos fazê-las pegar a forma dos braços ou do peito, mas elas moldam nossos corações, nossas línguas às suas tendências." [Virginia Woolf]


"Não pode haver duas opiniões sobre o que é um intelectual. É o homem ou mulher de inteligência puro-sangue que domina sua mente num galope pelo campo ao perseguir uma idéia." [Virginia Woolf]


"A verdade é que eu sempre gosto das mulheres. Gosto da falta de convencionalismo delas. Gosto da integridade delas. Gosto do anonimato delas." [Virginia Woolf]


"O poeta nos dá sua essência, mas a prosa pega o molde do corpo e da mente." [Virginia Woolf]

Conhecendo Virginia Woolf


Virginia Woolf (Londres, 25 de Janeiro de 1882 — Lewes, 28 de Março de 1941) foi uma das mais importantes escritoras britânicas. Estreou na literatura em 1915 com um romance (The Voyage Out) e posteriormente teria realizado uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.
Em 1941, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf, e para a irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida, e se mata de forma triunfante.

"O romance Mrs. Dalloway ficou conhecido pelo filme As Horas"..

Ela também era uma feminista, socialista e pacifista que expressaram suas crenças em redações, como "Um quarto da própria".

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

WALL STRET E OS MACACOS - Uma fábula moderna

Uma vez chegou a uma pequena cidade um senhor bem vestido, que se instalou no no único hotel que havia e colocou um anúncio no jornal local: queria comprar macacos a R$10,00 cada um.

Os moradores, que sabiam que o bosque próximo estava cheio de macacos, foram correndo caçar os bichos.

O homem comprou, como havia prometido no aviso, centenas de macacos trazidos pelos moradores a R$10,00 cada um.

Mas como foram ficando poucos macacos no bosque e ficava mais difícil caçá-los, os moradores começaram a perder interesse no negócio. O homem então passou a oferecer R$20,00 por cada macaco. Os moradores correram de novo para o bosque para caçar mais macacos.

Novamente passaram a faltar macacos. O homem elevou a oferta para R$25,00 e os moradores voltaram ao bosque, caçando os poucos macacos que ainda restavam, até que ficou impossível encontrar algum.

Quando chegou a esse ponto, o homem ofereceu R$50,00 por cada macaco. Mas, como tinha negócios a tratar na capital, ele deixou seu ajudante encarregado do negócio de compra de macacos.

Logo depois que ele viajou, seu ajudante se dirigiu aos moradores, mostrou a jaula entupida de macacos e fez uma proposta: "eu vendo a vocês
esses macacos por R$35,00 e quando o chefe regressar vocês os revendem para ele por R$50,00".

Os moradores juntaram todas as suas economias e compraram os milhares de macacos que estavam na jaula e aguardaram o retorno do "chefe". Desde esse dia, não apareceram nunca mais na cidade nem o ajudante nem o chefe. Os moradores só ficaram com os milhares de macacos numa jaula e sem nada de suas economias, que juntaram por toda uma vida.

Agora vocês podem ter uma noção bem clara de como funciona o mercado de capitais e a bolsa de valores.
Pela tradução (autor desconhecido) ,