Executiva Nacional aprova medidas para enfrentar a crise
por Edson Miagusko
No último final de semana a Executiva Nacional do PSOL se reuniu em Brasília. O tema principal da reunião foram as ações do PSOL frente a grave crise econômica que afeta o mundo e já chegou com força ao Brasil. As primeiras medidas tomadas pelo governo Lula reforçam a linha de proteção ao capital financeiro, mas pouco protegem os trabalhadores. O recente pacote lançado pelo governo Lula não muda essa perspectiva.
A Vale do Rio Doce já anunciou a demissão de 1300 trabalhadores, enquanto 5500 permanecem em férias coletivas. A Volvo do Brasil demitiu 430 trabalhadores em Curitiba, enquanto outras montadoras como a GM, a Scania e a Fiat já colocaram milhares de trabalhadores em férias coletivas. O setor da construção civil anuncia a possibilidade de demissões para 100 mil trabalhadores até o final do ano. Mesmo o crescimento de 6,8% do PIB é mais fruto do ciclo anterior que propriamente um indício que a crise não chegou, mesmo com a comemoração artificial que se seguiu aos anúncios.
As últimas semanas mostram que a crise chegou definitivamente ao Brasil e não é uma simples marolinha. O governo socorre os bancos, as montadoras e o agronegócio, enquanto os trabalhadores começam a pagar a conta.
O debate principal girou em torno de qual deve ser o centro da ação do partido nos próximos meses. O PSOL tem uma marca construída na luta contra a corrupção e deve preservá-la. Mas, o debate apontou que o partido deve ter como eixo principal as ações para enfrentar a crise econômica. Para tanto, o PSOL irá propor uma plataforma emergencial contra a crise a ser construída com outros setores, como os movimentos sociais, setores de esquerda, sindicatos, intelectuais, sem-terra, sem-teto, cujo objetivo é promover um ato unitário contra a crise, no Rio de Janeiro no primeiro trimestre do próximo ano.
Esta plataforma está centrada em pontos que enfrentem a crise do ponto de vista dos trabalhadores como a defesa do emprego e do salário, o fim do superávit primário e a ampliação dos gastos sociais, a defesa dos aposentados e o fim do fator previdenciário, o controle de capitais, a redução drástica dos juros, dentre os vários pontos que ainda serão articulados como pauta com outros atores dos movimentos sociais.
Além disso, foram debatidas e aprovadas resoluções sobre o Fórum Social Mundial, o Congresso do Partido, as coligações não autorizadas e a questão sindical.
II Congresso do PSOL
A resolução aprovada terá como principal tema o debate e as ações do Partido para enfrentar a crise. Além disso a formulação das bases de um programa para o Brasil,a preparação de uma plataforma alternativa para as eleições de 2010 e as tarefas nos movimentos sindical e sociais são outros temas pautados.
O Congresso está previsto para ocorrer no final de agosto, em São Paulo. O processo preparatório deve se iniciar em junho.
A resolução aprovada ainda será referendada pelo próximo Diretório Nacional previsto para fevereiro.
PSOL participará ativamente do Fórum Social Mundial
A Fundação Lauro Campos terá três mesas que discutirão a crise econômica mundial e suas conseqüências, a Amazônia e a questão ambiental e a situação internacional. A mesa do primeiro dia contará com a presença de Heloísa Helena e será a principal atividade do PSOL no FSM junto com a tradicional marcha.
Além disso, a Fundação deverá organizar uma mesa conjunta com outras entidades para tratar da questão da dívida pública na América Latina. Recentemente foi aprovada na Câmara a criação da CPI da Dívida Pública, requerimento do deputado federal Ivan Valente, do PSOL. No Equador também foi concluído um processo de auditoria da dívida que comprova que parte da dívida contraída era irregular e ilegal.
A programação e a participação do PSOL estarão disponíveis brevemente no site do partido.
Edson Miagusko é professor, doutor em Sociologia e da Executiva Nacional do PSOL.
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