quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O VALOR DE UMA AMIGA !!!

OLÁ AMIGOS/AS!!!

[]

É difícil encontrar uma amiga que é assim:
95% Linda
96% Talentosa
97% Engraçada
98% Amorosa
99% Inteligente
e
100% Carinhosa



Então...

[]


Não me perca, ok?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ACREDITE.......

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E TOME PIZZA ......

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VIOLÊNCIA NA ESCOLA

http://4.bp..com/_XP_c2ue7WDM/SczqjhHPAPI/AAAAAAAAABs/ZQg7RD2a3Wc/s400/tacho.jpg

Jaguar - Cartunista Brasileiro


Jaguar é o pseudônimo de um cartunista brasileiro que teve um destaque muito importante nos últimos cinqüenta anos de nossa história. Foi um dos fundadores do famoso jornal "O Pasquim" em 1969 e criador do ratinho Sigmund ou Sig para os íntimos, o seu alter-ego, que ora tem um temperamento irônico, noutro valentão, sonhador, bem-comportado e que muda de fisionomia como muda de humor.

MAIS UMA ....

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TROCANDO IDEIA

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EVOLUÇÃO !!!! ?????????

Humor

FRAGMENTOS

Humor

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

PARA SORRIR

Humor

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

APROVEITE............

METADE

http://www.youtube.com/watch?v=ujQoUEdXr_8

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO


Fernando Pessoa



Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,


Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.


Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

PARA OUVIR

http://www.youtube.com/watch?v=KxPlhYMmU7E

AGUA VIVA -RAUL SEIXAS

http://www.youtube.com/watch?v=mOwv4eC2bRc

sábado, 26 de setembro de 2009

FRAGMENTOS


O correr da vida embrulha tudo,

a vida é assim: esquenta e esfria,

aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.

O que ela quer da gente é coragem."

(Guimarães Rosa | Grande Sertão: Veredas)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto



Educação sexual para decidir


Contraceptivo para não abortar

Aborto seguro para não morrer!

OUSAR LUTAR,OUSAR VENCER!!!


Há que seguir lutando

Se morro amanhã

(eu que estou lutando),

Não importa!

Tu continuarás a luta...

E se morres tu,

Ele e ela a continuarão;

E se morremos...

Nós, vocês aqueles...

Tampouco importa!

A continuarão outras gerações...

A continuarão a tua irmã,

Teu primo, tua tia,

Teus pais que ainda vivem,

Teus avós de seus leitos

De cruzes e rosas...

O jovem exuberante da esquina

Que não te dirigia a palavra,

A menina do outro bairro,

Um latino de qualquer rincão do mundo,

Porém, a continuarão!

Porque por uma causa tão linda,

Há que se lutar sempre,

E sua essência de justiça

Não pode perder-se entre os séculos...

Porque (como diria o mestre)

Quem que tendo asas

As deixa cair à terra?

FRAGMENTOS


"A Sorrir, eu pretendo levar a vida...
Fim da Tempestade, o Sol Nascerá..."
(Cartola)

domingo, 20 de setembro de 2009

FUNDEB

POESIAS LIBERTÁRIAS


Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.

-
Maiakovski, poeta Russo.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso.
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém .
Ninguém se importa comigo.

-
Bertold Brecht (1898-1956).
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...

- Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.

POR JEAN - PAUL SARTRE


"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós. "És livre, escolhe, ou seja: inventa.
"A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida.

"Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo."

"O homem nasce livre, responsável e sem desculpas."

CURIOSODADES :

20 DE SETEMBRO

Dia Internacional da Limpeza e Dia do Gari

SAIBA MAIS SOBRE A DRU

Durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, para debater a Proposta de Emenda Constitucional 277/08, que põe fim à Desvinculação das Receitas da União - DRU, o ministro da Educação Fernando Haddad afirmou que a grande mazela da educação hoje se concentra no índice de 30% das crianças de 4 a 5 anos que estão fora da escola e nos 18% de jovens de 17 e 18 anos que evadiram. “O fim da DRU é essencial para o cumprimento das metas do Plano Nacional da Educação - PNE, ao que se refere à educação dessas crianças e jovens. São inúmeros os prejuízos causados pelo dispositivo”, disse.

É bom relembrar um pouco desta história. Antes da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que criava o FUNDEB, o Ministério da Educação chegou a propor que o aumento da complementação da União fosse custeado pela retirada da educação dos efeitos da DRU. Mas essa idéia foi vetada pela área econômica do governo.
No dia 25 de outubro de 2005 o Ministro Haddad esteve na Câmara dos Deputados e explicou os motivos do naufrágio da idéia:

“Essa proposta não vingou porque entendeu a área econômica que a DRU não se referia especificamente à Educação e, sim, a todos os 80 fundos que têm vinculações na Esplanada. Temos mais de 80 vinculações de alguma maneira. A área econômica entendeu que seria o caso de se fazer uma proposta de emenda constitucional que considerasse especificamente o caso da Educação”.

Ou seja, preferiam oferecer os recursos para viabilizar o FUNDEB, mas não mexer na DRU, pilar importante para fazer caixa para honrar os compromissos com os donos dos títulos do governo.
Um mês depois, no dia 29 de novembro, o então todo-poderoso Ministro da Fazenda Antônio Palocci, ao responder questionamento da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) foi mais explícito:


"(...) a DRU exerce um efeito de desvinculação, mas boa parte dela é devolvida para as áreas de seguridade e educação. Por exemplo, no caso da educação, temos um gasto mínimo de 18% dos impostos em educação, mas já estamos, há muitos anos, acima desse gasto. Não temos utilizado esse limite como instrumento de redução do gasto com educação.

(...) Quanto ao que V.Exa. propugna como uma alternativa, senão seria, em outro determinado formato, uma modificação da DRU, na verdade, quando se fala em 4,5 bilhões ao longo de 14 anos para a educação é uma forma objetiva de reduzir a DRU. Ela retira recursos de várias áreas e depois devolve parte desses recursos. Se consolidarmos o valor de 4,5 bilhões, exatamente o que propõe V.Exa., estaremos devolvendo uma parte da DRU. Poderia ser feito sobre a forma de DRU? Poderia. É alternativa que poderemos analisar quando a DRU for revista. A desvinculação, se não me engano, está prevista até 2007, quando será revista e poderá apresentar outras características. Por exemplo, os recursos para educação poderão ser considerados de maneira diferente. É uma hipótese. O efeito final que V.Exa. pede, está dado aqui, mais 4 bilhões serão devolvidos à educação” (grifos nossos).

As previsões do então ministro não se realizaram. Em 2007 o governo Lula enviou ao Congresso Nacional a PEC 89/07, prorrogando a DRU até dezembro de 2011. Não houve alteração nas características, nem se voltou a cogitar a exclusão da área de educação, talvez porque a área econômica continuasse a acreditar que a DRU “retira recursos de várias áreas e depois devolve parte desses recursos”, inclusive para a educação.

Houve iniciativas nos bastidores, mas a polêmica principal foi a manutenção ou derrubada da CPMF e o governo operou um acordo com a oposição para separar os temas, ou seja, poderiam derrubar a CPMF, mas não mexeriam na DRU.

E assim foi feito. No dia 20 de dezembro de 2007 foi aprovada a Emenda Constitucional nº 56/07, cujo teor faço questão de relembrar abaixo:

"Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais”.

A pergunta é a seguinte: o governo federal, especialmente sua área econômica, mudou de posição e concorda com a exclusão da educação dos efeitos da DRU ou este debate todo se trata apenas de ganhar tempo para cozinhar a PEC na Câmara, onde o governo tem ampla maioria?

O QUE É A DRU?

A Desvinculação de Recursos da União (DRU) é um fundo de investimentos criado para dar mais liberdade ao governo na distribuição do dinheiro arrecadado com impostos. A maior parte dos gastos da União é previamente estabelecida no Orçamento anual, tendo assim um destino fixo.

CONSEQUÊNCIAS:
No caso da Educação, por exemplo, a LDB - Lei de Diretrizes e Bases estabelece que o Estado tem de destinar 18% do orçamento anual para a área. A DRU, porém, retira legalmente parte deste valor. Ela cria uma brecha legal para que o governo utilize até 20% da arrecadação com outras despesas, como o pagamento de dívidas.

QUANTO A EDUCAÇÃO GANHARÁ COM O FIM DA DRU
Se a proposta for aprovada ainda em 2009, o MEC contará, já neste ano, com aproximadamente R$ 4 bilhões a mais em seu orçamento. Em 2010, seriam cerca de R$ 8 bilhões e em 2011 o montante extra chegaria a mais de R$ 10 bilhões.

domingo, 9 de agosto de 2009

É PRECISO


PRECISO APRENDER
A VIVER.........
SER EU MESMA ,
ME ACEITAR ....
COM MEUS DELIRIOS ,
COM MEUS SURTOS
MINHAS LOUCURAS...
COM MEU AMOR EXCESSIVO
PELA VIDA...

"MENTIRA OU VERDADE"


A VERDADE .............?
A MENTIRA......................?
NÃO SEI ONDE ESTÂO ,
PODEM ESTAR EM TODO LUGAR,
SEM MESMO SER PERCEBIDA,
ANDO FUGINDO DA MENTIRA ,
MAS DESCOBRI.........
QUE ESSA É A MAIOR MENTIRA
NÃO EXISTE VERDADE SEM MENTIRA,
OU MENTIRA SEM VERDADE.

domingo, 12 de abril de 2009

13 DE ABRIL DIA DO BEIJO



APROVEITE PARA BEIJAR MUITO!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

AUTOCONHECIMENTO * O SEGREDO DA FELICIDADE *



O conhecimento é poder, mas o AUTO-CONHECIMENTO é um tesouro inestimável para quem quer encontrar a Harmonia, a Paz e a Felicidade. Abra a porta de sua Alma e inicie esta grande viagem.

SUGESTÃO DE LEITURA ...O BANQUETE (PLATÃO)


Fragmentos.......

Na Grécia Antiga, o porre alcoólico era tido como um mergulho do deus Dioniso na pessoa. Esse era o deus da irregularidade, da irreverência, e era sempre muito bem-vindo goela abaixo. O bebedor entrava em êxtase, palavra grega que significa “sair de si mesmo”. Havia bêbados incômodos e bêbados sociáveis.

No livro O Banquete, Platão narra uma deliciosa história de como Alcibíades, de fogo, atrapalha um simpósio filosófico e deixa Sócrates totalmente desconcertado.

Coroado com flores, coberto de fitas e amparado por uma flautista e por amigos amigos, Alcibíades entra no meio de um simpósio. Quando chega, todos o aclamam e pedem para que ele tome seu lugar à mesa.

Alcibíades se senta entre o anfitrião e Sócrates, aparentemente sem vê-lo. O filósofo precisa se afastar para dar lugar ao novo conviva.

Quando Alcibíades enfim vê Sócrates (ou dá a entender isso), exclama: “Por Héracles, o que é isso! Continuas a perseguir-me e te emboscas aqui, conforme o teu costume de aparecer justamente nos lugares em que menos espero te encontrar!”.

Sócrates, todo sério, reclama. Mas os participantes, em vez de censurá-lo, deixam Alcibíades à vontade.

O que ele fala em seguida é o texto conhecido como o Elogio de Sócrates.

Para quem te o livro O Banquete em casa, vale a leitura.

PALAVRA FINAL DO VATICANO

quinta-feira, 19 de março de 2009

CURIOSIDADE : DEUSA LAKHSMI



Lakshmi é uma Deusa Indiana consorte Vishnu, um Deus Protetor, que é muito amada por seu povo. Foi ela que deu a Indra, o Rei dos Deuses, o soma (ou sangue do conhecimento) do seu próprio corpo para que ele produzisse a ilusão do parto e se tornasse o Rei dos Devas.

A Deusa Lakshmi significa "boa sorte" para os hindus. A palavra "Lakhsmi" é derivada da palavra "Laksya" do sânscrito, significando o "alvo", o "objetivo".

STF retoma julgamento da Raposa/Serra do Sol a partir das 14h


O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quinta-feira (19), às 14h, o julgamento sobre a demarcação contínua da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, área de 1,7 milhão de hectares localizada em Roraima. Nove ministros já votaram a favor da reserva. Apenas um, Marco Aurélio Mello, foi contrário à demarcação contínua, decisão que beneficiaria os não-índios que ocupam o local.

sábado, 14 de março de 2009

ABORTO : SIM OU NÃO???

o aborto é um dos temas que mais polémica gera na sociedade em que vivemos. Muitos acham que deveria ser legalizado, já outros são completamente contra esta legalização. Será o aborto realmente um crime? Ou será que crime é gerar uma criança que vai nascer sem o mínimo de condições e viver em sofrimento ou até mesmo morrer?Muitas das mulheres que recorrem ao aborto, fazem-no muitas vezes por não terem meios de sustentar uma criança e dar-lhe uma vida digna. Contudo, poucos parecem estar interessados no possível sofrimento que estas crianças possam ter. Matar é crime e abortar é matar. Contudo, esta questão não é assim tão linear. Não são poucas as mulheres que praticam abortos. Será que todas elas são criminosas? Com certeza que não.

Não é só a falta de condições para sustentar e criar uma criança que fazem com que as mulheres procurem a prática do aborto. Uma possível má formação do feto é outra das causas para este facto. Felizmente, esta é uma das poucas situações passíveis de não serem punidas.

Também a gravidez acidental, muitas vezes em mulheres bastantes jovens e sem a menor estrutura quer psicológica, quer financeira pode ser uma causa de aborto.

A decisão de realizar um aborto deve ser extremamente bem pensada antes de ser tomada, contudo, existem sempre aquelas mulheres que o fazem sem a menor responsabilidade e sem quaisquer cuidados.

Legalizado ou não, a realidade é que as mulheres fazem e continuam a fazer abortos. Será que se estes fossem legalizados, a sáúde e integridade física e psicológica das mulheres não seria preservada? Já é altura de dar alguma segurança às mulheres que abortam. Os abortos vão existir sempre, portanto, porquê continuar a fazê-los de forma quase “animalesca”?

TRABALHO ,FAMÍLIA E VIDA PESSOAL


O equilíbrio entre o trabalho, a vida familiar e pessoal é o tema principal do Seminário Nacional Tripartite que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres realizarão entre os dias 16 e 18 de março de 2009. O evento conta com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego e do UNIFEM – Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher.
No Brasil, este debate tem ampliado seu espaço na esfera pública. A II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em agosto de 2007, colocou na pauta algumas questões relativas ao tema, que foram incorporadas ao II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Em 2006, o Conselho de Administração da OIT incluiu o tema da Igualdade de Gênero na pauta da 98ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), que será realizada em junho de 2009.
Além disso, o equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal é o tema da OIT para as comemorações do Dia Internacional da Mulher de 2009 e também para a discussão que se realizará na CIT. Para a América Latina e o Caribe também para o Brasil, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, estão sendo preparados informes sobre este tema e que serão levados à CIT.
O equilíbrio entre o trabalho, a vida familiar e pessoal não é um tema que se refere somente às mulheres. Não deve ser visto como um problema de mulheres a ser resolvido apenas por elas. Diz respeito a novas formas de relacionamento entre homens e mulheres na vida familiar e na vida produtiva. Coloca em discussão os papéis de gênero e as formas de reprodução da vida social e introduz novas referências para a construção da masculinidade contemporânea para além do trabalho, incluindo o exercício da paternidade e das responsabilidades familiares e domésticas. Ao mesmo tempo, é necessário expandir a noção de família para além do casal heterossexual com _lhos e abarcar as múltiplas estruturas e arranjos familiares da atualidade: lares monoparentais, lares com casais homossexuais, adoção, entre outros arranjos. Desta maneira, o equilíbrio
entre as diferentes esferas da vida das pessoas diz respeito às políticas públicas e às estratégias sindicais e empresariais
O Seminário tem o objetivo de apresentar e discutir, com a participação de representantes do Governo, de associações de empregadores e de trabalhadores, este importante tema. Serão reunidas sugestões que subsidiem a elaboração de políticas públicas, assim como estratégias sindicais e empresariais, com o objetivo de promover a corresponsabilidade , o compartilhamento e a ampliação da proteção social. Estas são condições importantes e necessárias para alcançar o equilíbrio entre a vida familiar, pessoal e o trabalho, aspecto fundamental na promoção da igualdade de gênero e do trabalho decente.
10.03.2009

APONTAMENTOS PARA ENTENDER A CRISE DE 2008

1 - Entendendo a crise

Embora os analistas que se pronunciam sobre a crise tenham inúmeros pontos de discordância, em um ponto há acordo total: trata-se da maior crise econômica desde a grande depressão de 1929 com a quebra da Bolsa de Nova York.

A crise atual teve origem na especulação do capital imobiliário. A partir de 2001, o Federal Reserve (FED), o equivalente americano para o nosso Banco Central (BC), sob a chefia do ultra-liberal Alan Greenspan incentivou a compra de imóveis. Greenspan, chegou a anunciar, em depoimento ao Congresso, que teriam ido “para além da história”, isto é, superado as crises dos ciclos econômicos e atingido o crescimento perpétuo.

Por meio de uma política de juros baixíssimos e de redução dos encargos financeiros, ele encorajou os intermediários financeiros e imobiliários a estimular uma clientela cada vez maior a investir em imóveis. Em 2003, por exemplo, os juros do FED chegaram a cair para 1% ao ano -menor taxa desde o fim dos anos 50.
Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, não só para quem queria adquirir a casa própria, mas também para quem procurava em que investir. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e consumir.
As companhias hipotecárias descobriram nessa época um nicho ainda inexplorado no mercado: o de clientes do segmento "subprime", caracterizados, de modo geral, pela baixa renda, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovação de renda. O segmento "subprime", assim caracterizado, representa um risco maior de inadimplência que os de outras categorias de crédito. Mas justamente por ser de maior risco, as taxas de retorno são bem mais altas.
A promessa de retornos altos atraiu gestores de fundos e bancos, que compraram esses títulos "subprime" das companhias hipotecárias e permitiram que uma nova quantia em dinheiro fosse emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Um outro gestor, interessado no alto retorno envolvido com esse tipo de papel, comprou o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerou uma cadeia de venda de títulos.
Porém, se a ponta (quem pediu o empréstimo) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). Toda essa sofisticação especulatória não removeu o elemento mais prosaico e previsível: os seres humanos reais que habitam a economia real e que não puderam mais pagar as dívidas. Este tipo de investimento é o que os especialistas chamam de “bolha”, um tipo de investimento -sejam ações, moedas, imóveis, empréstimos ou, em tempos mais remotos, canais, ferrovias e até tulipas- se torna uma mania e se valoriza muito além das reais possibilidades de retorno. Cria-se um círculo vicioso: quanto mais gente entra no mercado, mais ele se valoriza; quanto mais se valoriza, mais gente entra.
Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair. Os juros do FED, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começou a superar a demanda e, desde então, o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis.
A ameaça de insolvência de cerca de três milhões de famílias, com dívidas de mais de 200 bilhões de euros, ocasionou a falência de grandes estabelecimentos de crédito. Para se precaver contra tal risco, estes haviam vendido uma parte de seus créditos duvidosos para outros bancos, os quais os cederam a fundos de investimentos especulativos, que, por sua vez, disseminaram-nos pelos bancos do mundo inteiro. Resultado: tal como uma epidemia fulminante, a crise atingiu o conjunto do sistema bancário. Daí para atingir o mercado acionário (as Bolsas de Valores) de todo o mundo foi um passo. A mundialização do capital também implica na mundialização de suas crises. A velocidade extraordinária com que esta crise se internacionalizou demonstra, de forma inequívoca, o nível irreversível a que chegou a globalização.
Esta crise evidencia que o atual estágio do imperialismo tem estimulado a existência do que Marx chamou de “capital fictício”. O capitalismo vive um momento de financeirização. Esta se caracteriza pelo crescimento desmesurado da riqueza financeira (frente ao crescimento da riqueza real) e implica na submissão da totalidade do sistema econômico aos imperativos da lógica financeira da acumulação. Dito de outra forma o capital financeiro gera mais capital financeiro sem que haja lastro real na economia. Em 1980, o volume de dinheiro aplicado no mercado financeiro era 20% superior à riqueza produzida no mundo. Em 2006, mais de 200%. O Produto Interno Bruto global, no período, quase quintuplicou, de US$ 10 trilhões para US$ 48 trilhões. Mas espantoso mesmo foi o salto do volume de dinheiro aplicado nos bancos em títulos e ações. Passou de US$ 12 trilhões para US$ 167 trilhões. A crise que agora presenciamos tem em seu bojo uma criação em grau inédito de capital fictício. Segundo o Senador José Nery (PSOL-PA) “O BIS – Banco de Compensações Internacionais –, uma espécie de central dos bancos centrais, estima um volume de ativos financeiros em circulação nas esferas especulativas em todo o mundo da ordem de US$600 trilhões. Esse volume de direitos financeiros é dez vezes superior ao PIB mundial, estimado em US$60 trilhões.”
De qualquer modo os analistas também são unânimes em afirmar que a crise do capital financeiro já atingiu a economia real e está longe do fim. A economia mundial ainda será profundamente abalada pelos acontecimentos de setembro de 2008.
2 - O remédio e seus desdobramentos
O plano do governo americano é usar US$ 700 bilhões para comprar um artigo conhecido por um nome pouco atraente: títulos "podres", ou papéis cujo resgate é muito improvável -conseqüentemente, cujo risco de calote é alto. A maioria destes ativos é ligada justamente às hipotecas "subprime" (de alto risco).
Antes de ser aprovada pelo Congresso americano, a proposta de Bush foi bastante modificada pelos senadores e deputados. A versão incluiu no plano mais US$ 150 bilhões em corte de impostos, benefícios fiscais para a classe média, pequenos empresários e famílias atingidas por acidentes naturais.
Este conjunto de medidas socorre com dinheiro público as instituições financeiras privadas, mas não assegura que os recursos irriguem a economia e muito menos protege as famílias endividadas. Trata-se da maior inversão de dinheiro público na esfera privada em toda a história do capitalismo. Em poucas semanas o imperialismo despejou na esfera privada dinheiro suficiente para erradicar a fome de centenas de milhões de seres humanos. Nunca é demais lembrar que a fome mata 24 mil pessoas por dia.
Para ficarmos apenas em um exemplo do poder avassalador da crise podemos citar o caso da Bélgica. Ainda que a recessão não seja oficial, a economia real do país começou a sentir os efeitos. Só no norte do país, a zona “mais rica e dinâmica” de Bélgica, foram eliminados, desde 1º de outubro, 2.200 empregos. No total, perderam-se 5 mil postos de trabalho e os empresários anunciaram mais 70 mil demissões para o próximo ano. Os demais países, principalmente da Europa, seguem o exemplo dos EUA e tratam de socorrer, com dinheiro público, as instituições financeiras tentando evitar que a crise se transforme em recessão. Tecnicamente, os economistas consideram que há uma recessão quando o PIB (Produto Interno Bruto) cai por dois ou três trimestres consecutivos. Quando se imagina uma queda profunda e prolongada do PIB, fala-se, mais dramaticamente, em depressão, entretanto após a década de 30 nenhum período da história econômica mundial chegou a merecer o termo. O futuro dirá a profundidade da crise que apenas se inicia.
As montanhas de dinheiro despejadas pelos bancos centrais sepultaram, em poucas semanas, um dogma cultuado pelos teóricos neoliberais durante três décadas. As teses de que o Estado deveria se retirar da economia, que esta tem mecanismos eficazes de auto-regulação e que o neoliberalismo teria enterrado a fase de intervenção estatal na economia, canonizando a um só tempo o lassez faire e Margareth Tatcher, foram varridas pelo Tsunami da atual crise. Que político ou economista neoliberal tem a coragem de defender esta tese nos dias de hoje. 30 anos de propaganda neoliberal não suportaram os 30 dias de setembro de 2008.
Claro que isso não chega a ser uma novidade. A burguesia nunca hesitou em usar o dinheiro público para socorrer as suas empresas, mas sem dúvida o fundamento central da tese neo-liberal sofreu um importante revés. Claro que mudanças serão inevitáveis, mas é sempre bom não se deixar levar pelos arroubos do calor da hora. Alguns estudiosos alertam para que o fenômeno da financeirização deve sobreviver à crise. Haverá, é claro, uma maior regulação estatal da economia, mas o capital financeiro é extremamente flexível e pródigo em invenções que escapam a qualquer regulação. Além disso, não podemos esquecer que vivemos uma fase do capitalismo em que o dinheiro e o poder estão muito próximos, particularmente por conta de ativos financeiros importantíssimos como os títulos da dívida pública, cujo volume é hoje enorme em praticamente todos os países. Passada a turbulência e o temor, essa proximidade impedirá que qualquer regulação mais efetiva se estabeleça. Seria leviano e irresponsável, portanto, afirmar que esta nova fase marca o fim do neoliberalismo e da financeirização da economia.
3- As conseqüências políticas e sociais da crise
Nem sob a ótica capitalista a solução apresentado pelo imperialismo parece ser eficaz. Segundo o economista Nouriel Roubini, que se tornou conhecido por prever há meses, com notável precisão, todos os desdobramentos da crise atual, o pacote adotado é: “injusto, ineficaz e ineficiente. Injusto porque socializa prejuízos, oferecendo dinheiro às instituições financeiras (ao permitir que o Estado assuma seus “títulos podres”) sem assumir, em troca, parte de seu capital. Ineficaz porque, ao não oferecer ajuda às famílias endividadas — e ameaçadas de perder seus imóveis —, deixa intocada a causa do problema (o empobrecimento e perda de capacidade aquisitiva da população), atuando apenas sobre seus efeitos superficiais. Ineficiente porque nada assegura (como estão demonstrando os fatos dos últimos dias) que os bancos, recapitalizados em meio à crise, disponham-se a reabrir as torneiras de crédito que poderiam irrigar a economia”.
Ademais como sempre a lógica capitalista impõe aos trabalhadores todo o peso da crise. Os prognósticos apontam para uma retração na economia mundial e, claro, isso significa arrocho salarial e desemprego. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) "Passaremos de 190 milhões de pessoas sem trabalho no início de 2008 para cerca de 210 milhões. Essa é a primeira vez na história que a humanidade atinge esse marca". No coração do império quem pagará a conta serão os milhões de trabalhadores que perderão suas casas. Na periferia pagarão os trabalhadores que verão seus salários reduzidos, a inflação retornando e o desemprego avançando. A OIT prevê para 2009 um crescimento de 0,1% nos Estados Unidos, 0,2% na Europa e 0,5% no Japão. "Isso, na realidade, significa um crescimento zero nas maiores economias do mundo", afirma o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.
Os mais pobres sentirão de forma cruel os efeitos da crise. Ainda segundo Somavia a camada da população mundial que ganha menos de US$ 1 por dia vai aumentar de 480 milhões de pessoas para 520 milhões entre o início de 2008 e o fim de 2009. Entre os que ganham até US$ 2, o aumento de pessoas afetadas será de 100 milhões. No total, 1,4 bilhão de pessoas estarão abaixo dessa linha de renda.

Uma crise deste porte não ficará limitada aos aspectos econômicos. Os desdobramentos políticos, que ainda estão se desenvolvendo, se farão sentir cedo ou tarde. Do ponto de vista político devemos assistir a uma reconfiguração da estrutura de poder do império. Tudo indica para um deslocamento do papel hegemônico do imperialismo norte-americano em detrimento das potências européias. Não devemos, contudo, superestimar este prognóstico. Os EUA continuarão sendo a principal potência política, militar e econômica do planeta, mas provavelmente num patamar inferior ao que estamos acostumados. A dinâmica e a velocidade deste processo precisam ser acompanhadas.
Embora tenhamos que concordar com Noam Chomski quando afirma que “os EUA tem efetivamente um sistema de um só partido, o partido dos negócios, com duas facções, republicanos e democratas” é preciso compreender os reflexos desta crise no cenário eleitoral. O recente resultado das eleições americanas, com a derrota dos Republicanos, pode ser explicado, entre outras coisas (crise econômica prolongada, crise no sistema de saúde, ocupação desastrosa do Iraque – que já consumiu mais de U$ 800 bilhões) pela agudeza da crise atual.
4- A crise no Brasil
A queda nas Bolsas de Valores é só a ponta de um enorme iceberg. A tese, anunciada nos primeiros momentos da crise, de que os países “emergentes” estariam imunes revelou-se uma falácia de pernas curtas. O Brasil já está sendo abalado pela crise. Só neste mês a Vale fechou a produção de minério de ferro em Minas Gerais (considerado de qualidade inferior ao de Carajás) e deu férias coletivas de 15 a 20 dias para os funcionários dessas unidades (o risco de desemprego não está afastado). Pesquisa da FIESP revela que 57% das 658 indústrias consultadas cortarão investimentos e 78% informaram que o acesso ao crédito estava mais caro e difícil. O governo brasileiro, que tentou (e ainda tenta) vender a idéia de que a crise não nos atingiria, já reconhece a gravidade da situação e prevê uma redução no PIB de 2009. O percentual de 4,5% de crescimento já está sendo redimensionado para 3,5 ou mesmo 3,0%, e pode cair ainda mais.
Os setores exportadores devem sentir o peso da retração do mercado mundial. Situações semelhantes devem viver outros dois pesos pesados da economia brasileira: a construção civil e a indústria automobilística. Tanto um como outro ramo já estão cortando os gastos e prevendo reduções drásticas nas taxas de crescimento. A General Motors, a Ford e a FIAT anteciparam férias coletivas para os trabalhadores de suas fábricas. Cerca de 70% dos automóveis vendidos são através de financiamentos. O tempo de financiamento também já se reduziu, de 90 meses para, no máximo, 60. A média dos financiamentos de veículos hoje não ultrapassa os 42 meses. O resultado disso, que já vai aparecendo, é a queda na venda. Alguns analistas se questionam se o setor não seria também uma “bolha”, passível de ter dinâmica semelhante à “bolha” de imóveis dos EUA. Aliás a GM, maior fabricante de automóveis do mundo, acabou de anunciar o fechamento de duas fábricas nos EUA, com a extinção de mais de 2.700 postos de trabalho. Os reflexos aqui não demorarão a se fazer sentir.
O ganhador do Nobel de economia, Joseph Stiglitz, alertou também para uma possível “bolha” na agricultura do Brasil. No último período, especuladores investiram fortemente em “commodities” (produtos primários de exportação), inflacionando artificialmente o preço desses produtos. Com a crise, a bolha estourou, os especuladores desviaram os recursos para outros investimentos e deixaram o setor endividado. Além de amargar a queda nos preços das mercadorias, os produtores não conseguem financiamento para a compra de equipamentos e insumos. Nunca é demais lembrar que a agroindústria de exportação foi quem garantiu ao Brasil uma balança comercial favorável nos últimos anos. Claro que tudo isso custou um prejuízo incalculável para nossas florestas e para o nosso povo. Alias é bom frisar que este modelo econômico das “commodities”, que chamamos de reprimarização da economia, foi classificado de forma menos elegante por Leda Paulani, professora de economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Economia Política. Segundo ela o conceito mais adequado é o de "servidão financeira": o país tornou-se plataforma de valorização do capital, e corre o risco de sofrer uma desindustrialização precoce.
5 – A esquerda e suas perspectivas
Após vinte anos do anúncio da supremacia definitiva do capitalismo sobre o socialismo, com a derrocada das ditaduras stalinistas do Leste Europeu, assistimos a uma crise profunda da toda-poderosa economia capitalista. A histeria do “fim da história” de Fukuyama recebeu agora sua pá de cal. Segundo esse apólogo do neoliberalismo a humanidade assistiu, no século XX, ao fim do nazi-fascismo e do comunismo e a afirmação da inquestionável e eterna supremacia do capital. A humanidade teria chegado então ao ápice de sua evolução afirmando a democracia burguesa como valor universal. Nada mais distante da realidade. Hoje Fukuyama não passa de um nome na lata de lixo da história e vemos ressurgir, com força total, o pensamento marxista inclusive entre os teóricos da burguesia, que reconhecem que ninguém soube dissecar melhor que Marx a estrutura do sistema capitalista.
As guerras e as grandes crises capitalistas sempre abrem a possibilidade de uma superação do capitalismo, mas isso não será automático. À primeira Grande Guerra Mundial de 1917 se seguiu uma onda de revoluções que culminou com a revolução Russa. À segunda Guerra Mundial um extenso processo de expropriação (ainda que à força da baioneta e dirigido pelo stalinismo) de diversas burguesias da Europa Oriental. À depressão de 1929 o que assistimos foi justamente o fortalecimento da reação. Segundo Hobsbawn “nos anos 30, o claro efeito político da Grande Depressão a curto prazo foi o fortalecimento da direita. A esquerda não foi forte até a chegada da guerra” . Ainda segundo este grande historiador, hoje “a esquerda está virtualmente ausente. Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção – pelo menos eu espero – nos Estados Unidos, será a direita.”

Todos somos sabedores que o capitalismo é um sistema em decadência. Os avanços tecnológicos visam somente o lucro e via de regra só servem para consumar a destruição da natureza e do homem. É um sistema perverso que precisa desesperadamente fomentar guerras para se desenvolver. A produção não obedece a nenhuma planificação, nem se orienta no sentido de eliminar a fome e a miséria, ao contrário sobrevive da especulação financeira e da destruição de nossas riquezas naturais, incluindo o homem. Mas o capitalismo não cairá por si. Se não for derrubado o risco é nos levar à barbárie. A máxima estabelecida por Rosa Luxembugo guarda uma inquietante atualidade: socialismo ou barbárie.

Os tempos que se avizinham são de muita luta para os trabalhadores em todo o mundo. Luta contra o desemprego, contra a fome, em defesa da natureza, contra as guerras e contra a recessão. Será uma batalha duríssima, principalmente porque nossa classe se encontra desarticulada e na defensiva. Será também momento de uma forte disputa política e ideológica e de afirmação do socialismo como alternativa ao caos capitalista. Precisaremos ocupar todas as frentes de luta em defesa de nosso ideário e de nossos direitos.

Neste sentido é fundamental desmascarar o governo Lula, que a despeito de minimizar os efeitos da crise em nosso país, trata de beneficiar os bancos, as empreiteiras e o agronegócio. Nada de proteção para correntistas e trabalhadores. Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) “A MP 442, que pode ser apelidada de MP dos banqueiros, não protege os correntistas e nem os trabalhadores. A MP, que somente o PSOL votou contrário, ao invés de proteger correntistas, garante apenas a liquidez dos banqueiros. Ao deixar de lado instrumentos de fiscalização e regulação dos bancos, a MP 442 deixa aos bancos a tarefa de ampliar o crédito com recursos públicos. Porém, nas mãos dos bancos o crédito se restringe e a injeção de recursos do governo não surte o efeito desejado. O Fundo Soberano desvia recursos das áreas sociais para financiar empreiteiras brasileiras no exterior e amplia a dívida pública interna.”

É preciso ainda avançar na construção de uma alternativa socialista para a crise que inclua a redução da carga tributária aos trabalhadores, a redução da taxa de juros, o controle do fluxo de capitais avançando para a estatização do sistema financeiro, o fim da especulação financeira, da sangria imposta pelo pagamento da dívida pública que consome anualmente mais de 10% do PIB brasileiro. É preciso ainda acabar com a espoliação de nossas riquezas naturais realizando uma reforma agrária que elimine o agronegócio e caminhe para a paz no campo. Claro que estas medidas só serão possíveis num governo efetivamente dirigido pelos trabalhadores e assentado numa concepção socialista. Este é o nosso desafio!
Fernando Carneiro – novembro de 2008

AINDA SOBRE Á CRISE


ATUALIZAÇÃO DA ANÁLISE SOBRE A CRISE – março/2009
Fernando Carneiro - uma contribuição

A crise se desenvolve em progressão geométrica e à escala mundial, tudo isso a uma velocidade que analista nenhum consegue acompanhar. O incêndio atingiu toda a floresta e está fora de controle. Enquanto isso os bombeiros usam baldes para apagar o fogo, alguns deles com gasolina dentro.
Em setembro de 2001 o mundo viu um dos mais importantes símbolos do imperialismo americano, as torres gêmeas do World Trade Center, desabarem em razão dos ataques da Al-Qaeda. Sete anos depois, em setembro de 2008, o que ruiu foram os pilares da economia capitalista mais forte do planeta. A crise desta vez não brotou da periferia do capital, não foi fruto das economias incipientes e volatizadas e nem de governos “incompetentes” do terceiro mundo. A crise começou no coração do capitalismo mundial, os EUA.

O modelo neoliberal em crise

A receita neoliberal, construída política e ideologicamente por mais de três décadas, foi soterrada pela crise e ninguém mais ouve falar, pelo menos abertamente, nos neoliberais. Figuras como John McCain (ex-candidato pelo Partido Republicano) e Alan Greenspan (ex-presidente do FED – O Federal Reserve, equivalente americano do BC brasileiro) ultraliberal assumido e que chegou a decretar que o capitalismo tinha superado as crises dos ciclos econômicos, atingido o crescimento perpétuo e ido “para além da história”, hoje defendem a nacionalização dos bancos americanos. Esta “derrota” do neoliberalismo deve, contudo, ser mediatizada por nós. A propalada vitória do Keynesianismo (1) não se deu a partir de uma supremacia teórica ou ideológica, ao contrário, trata-se de uma reação desesperada ao caos instalado no livre mercado. Mais um exemplo do pragmatismo capitalista: para defender o lucro não há limites, passa-se por cima de tudo e de todos. Os preceitos neoliberais, entretanto estão apenas adormecidos, esperando uma oportunidade para voltar à cena.
A crise, cujo estopim foi a explosão da “bolha” imobiliária americana, revelou o grau de “finaceirização” da economia. Essa expressão poderia muito bem ser substituída pela expressão cunhada por Marx ainda no século XVIII, de “capital fictício”, que nada mais é que o crescimento exacerbado do capital financeiro em relação ao capital real. Em outras palavras trata-se de dinheiro que não tem lastro na economia concreta. Em 1980 o volume de capital fictício era 20% maior que toda a riqueza produzida no mundo, em 2006 esse volume era 200% maior, evidenciando a completa submissão do sistema econômico aos imperativos da lógica financeira da acumulação. Além disso a disparidade entre o PIB mundial e o capital fictício revela a fragilidade das operações financeiras realizadas em todo o mundo (veja as tabelas abaixo).

ano capital fictício x riqueza mundial
1980 + 20%
2006 + 200%

ano PIB mundial capital fictício
1980 US$ 10 trilhões US$ 12 trilhões
2006 US$ 48 trilhões US$ 167 trilhões
Fonte: Folha de São Paulo


A crise na economia real e a crise política

A crise financeira atingiu em cheio a economia real. Os indicadores mudam diariamente e seria inapropriado citá-los à exaustão, mas alguns deles são emblemáticos. Senão vejamos: O Japão, cujas exportações despencaram 45,7% em janeiro de 2009, já admite que vive “a maior recessão em um século”. Na Alemanha, só em fevereiro de 2009, foram demitidos 40 mil trabalhadores e o desemprego já atinge 7,9% da população. Na França mais de 2,1 milhões de trabalhadores estão sem emprego, o pior índice desde 1993 e o governo já admite rever, para baixo, as expectativas de crescimento do PIB de 2009 que variavam entre 0,2 e 0,5%. Na Inglaterra o desemprego chega a 6,3% (quase 2 milhões de pessoas – só em 2008) e na Espanha o desemprego atingiu o preocupante índice de 14,4%. Em toda a Europa há mais de 10 mil demissões por dia. A Islândia que há pouco mais de uma década internacionalizou seus bancos (por forte pressão de um governo conservador composto por banqueiros) foi um dos primeiros países europeus a sentir a crise. Solicitou um empréstimo e US$ 2,1 bilhões ao FMI, mas nada disso evitou a quebradeira.a dívida hoje já é maior que seu PIB. Nem mesmo a nacionalização de seus três principais bancos evitou a queda, em janeiro deste ano, do primeiro-ministro Geir Haarde, substituído às pressas pela primeira mulher homossexual a governar o país, Johanna Sigurdardottir.
A situação do Leste Europeu, formado pelos antigos países “socialistas”, é tão ou mais preocupante. O exemplo da Letônia é ilustrativo. Conhecida em 2006 como “Tigre do Báltico” a Letônia colecionava taxas de crescimento de 10% ao ano, a maior da Europa. Atraiu importantes investimentos internacionais (bancos austríacos emprestaram valores correspondentes a 70% do PIB da Áustria). No início do ano a taxa de desemprego chegou aos 8,3%, o salário dos servidores foi rebaixado em 25% e os cortes de subsídios chegaram a 50% em alguns setores da economia. A revolta popular levou à queda, em 20 de fevereiro, do primeiro-ministro. A indicação de Valdis Dombrovski, outro conservador, que afirmou que vai cumprir ainda mais os compromissos com o FMI parece que só agudizou o quadro de crise.
Estes exemplos demonstram a dinâmica intrínseca da crise. Crise financeira que vira crise da economia real, que vira crise social que vira crise política. Esta parece ser uma tendência, que pode ou não se concretizar, mas é certo que a dinâmica aponta para este cenário. Outra tendência importante é o fortalecimento dos grandes monopólios. A quebradeira de pequenos bancos e de setores médios da economia tende a concentrar a produção em grandes empresas transnacionais, ainda que estas também não estejam imunes aos efeitos da crise.

As saídas implementadas no epicentro da crise

Os EUA viram, em 17 de fevereiro, Obama sancionar seu pacote de “estímulo” à economia. Foram US$ 787 bilhões destinados a tentar salvar a economia americana. Uma semana antes seu Secretário do Tesouro, Thimothy Geithner, anunciou estudos para um novo pacote, na ordem de US$ 2 trilhões com o mesmo objetivo. Ocorre que ninguém sabe ao certo como e onde esta montanha de dinheiros é aplicada, muito menos a eficácia de tão dispendioso remédio. Vejamos o exemplo das indústrias automobilísticas (que já receberam considerável aporte financeiro): reivindicam mais US$ 39 bilhões para uma suposta “reestruturação”. Em outras palavras usam o dinheiro público para tentar evitar a falência, mas ao mesmo tempo não dão nenhuma garantia de manutenção do emprego, ao contrário a General Motors planeja demitir 47 mil trabalhadores em todo o mundo. Esta é a síntese da receita de Obama e dos capitalistas americanos: recebem bilhões (quiçá trilhões) de dólares do povo para demitir trabalhadores. Os efeitos globais da crise já começam a interferir no conjunto da economia dos EUA, tanto é assim que o PIB americano caiu 3,8% no último trimestre de 2008.
A situação dos bancos é ainda mais grave. O exemplo do Citibank (Citigroup) é extremamente ilustrativo. Seu valor de mercado despencou e hoje não passa de 10% do que era no início de 2008. O Bank of América e o JPMorgan-Chase (outros dois gigantes) estão na mesma situação, exigindo ajuda de Obama para compensar a onda de inadimplências e a paralisia dos mercados de crédito. A falência é iminente apesar dos bilhões de dólares já destinados ao socorro do sistema financeiro. Discute-se abertamente a estatização de diversos dos 19 grandes bancos americanos. As divergências se resumem a quando e como deve se dar o processo.
A estatização dos bancos, segundo passo da inversão estatal na esfera privada (o primeiro é a injeção de capital público) segue a lógica de salvar o mercado, suas instituições e empresas deixando à sua própria sorte os trabalhadores e o povo. Contudo as receitas aplicadas não parecem estar dando resultado. O concreto é que os índices econômicos e principalmente os sociais estão despencando. Retração, desemprego, recessão são expressões que já fazem parte de nosso dia a dia.
O sistema capitalista, que entre outras coisas se caracteriza pela apropriação individual do que é socialmente produzido, tenta agora nos empurrar a socialização dos prejuízos da crise. Diante desse quadro não há outra alternativa aos trabalhadores e ao povo senão afirmar decididamente: os patrões que paguem pela crise que eles mesmo criaram!

Um comentário a mais

Talvez já faça parte de nosso imaginário a questão da financeirização da economia (ou da criação do “capital fictício” como diria Marx). Nos acostumamos com a produção de lucro sem lastro real. Mas seria de bom tom atentarmos mais detalhadamente a essa questão. Em verdade isso é um grande absurdo, uma aberração criada pela ganância capitalista. Especulação (outro sinônimo para este processo) vem do latim speculum, ou espelho. Se colocarmos um objeto diante de dois espelho teremos uma infinidade de imagens desse mesmo objeto, entretanto os inúmeros reflexos correspondem apenas a um objeto. Assim é no atual estágio da financeirização da economia: vivemos de uma imagem do real. A especulação financeira (que movimenta bilhões de dólares) é uma representação do real, uma ficção. O processo produtivo no capitalismo é extremamente cruel com os trabalhadores, é daí que é extraída a mais-valia, e lutamos diariamente contra esse modo de produção, mas essa “sofisticação” imposta pelo capital é criminosa.
A história é rica em discussões sobre este tema. A usura (lucro obtido sem a produção de bens) sempre foi combatida ideologicamente. Aristóteles, filósofo grego afirmou na “Política” que “A forma [de obter riqueza] mais odiada, e com mais razão, é a usura, que lucra a partir do próprio dinheiro, e não de seu objeto. Pois o dinheiro foi criado para ser usado em permuta, mas não para aumentar com usura (...) logo, esta forma de ganhar dinheiro é de todas a mais contrária à natureza.”
Jacques Le Goff, brilhante medievalista francês escreveu um livro intitulado “A bolsa e a vida”, que nos mostra como o capitalismo emergente impôs modificações estruturais ao cristianismo. A Usura sempre foi tida pelos cristãos como um pecado, como conviver com um sistema baseado na usura? Como evitar que os capitalistas, eles próprios usurários confessos, queimassem no fogo do inferno? A pressão foi tanta que a Igreja inventa o purgatório, local onde os usurários poderiam expiar seus pecados e ascender ao Céu. O capitalismo e os capitalistas podem, desde então, pecar à vontade.


O Brasil nesta nova fase da crise

O Presidente Lula chegou a afirmar que a crise no exterior tinha a forma de uma “Tsunami” mas que chegaria ao Brasil como uma “marolinha”. A queda do PIB no último trimestre de 2008 revelou a verdadeira dimensão da crise: o IBGE registrou uma queda geral de 3,6%, fechando o ano com 5,1% de crescimento (em razão do bom desempenho dos trimestres anteriores). Se projetássemos o PIB tendo como base o último trimestre teríamos fechado o ano com uma queda de 13,6% no PIB. Resultado tão negativo só em mais 5 países, Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, Indonésia e Estônia. Se setorializarmos a queda veremos que a indústria teve uma queda de 7,4% e o investimento em produção caiu 9,8%. Isso somado ao fato de o país ter, desde dezembro, uma média de 8.800 demissões a cada dia. As perspectivas para 2009 estão sendo revistas novamente e não será improvável termos um crescimento perto de zero.
O superávit primário (a economia de recursos para o pagamento das dívidas externa e interna, obtida por meio de aumento de arrecadação de tributos e corte de gastos públicos) de 2008 foi de R$ 118 bilhões. Este valor, contudo não foi suficiente para pagar nem os juros da dívida, que chegaram a R$ 162 bilhões no mesmo período. Se considerarmos o refinanciamento da dívida (a famosa “rolagem”) veremos que esta consome quase a metade (47%) do Orçamento Geral da União. Em outras palavras metade do que o governo gasta durante o ano vai para pagar a dívida pública. O saldo da balança comercial (diferença entre o que é importado e exportado) foi de US$ 24,7 bilhões, bem menor que o dinheiro remetido pelas multinacionais capitalistas ao exterior que somou US$ 33,8 bilhões.
Por onde se olha se vê crise. E aqui cabe uma crítica ao governo Lula. Não estamos falando de sua política neoliberal e pró-capitalista, isso todo o povo já conhece. Desde o primeiro momento Lula tem se mostrado um defensor ferrenho do receituário de Bush e Obama, aplicando duros golpes à classe trabalhadora e pagando religiosamente os juros dessa dívida imoral contraída principalmente pela ditadura militar. Mas há que se ressaltar o caráter irresponsável e cínico diante da iminência e da gravidade da crise. Enquanto os demais governos burgueses alertavam a população para os riscos e tomavam medidas, ainda que paliativas, Lula mostrava arrogância e irresponsabilidade negando que a crise chegaria ao Brasil. Fosse um governo sério estaria fazendo uma profunda auto-crítica à sociedade brasileira.
Sua postura diante do caso das demissões na EMBRAER é sintomática. A EMBRAER, privatizada em 1994 pela bagatela de R$ 154 milhões (poucos meses depois valia R$ 1,7 bilhão e hoje ultrapassa os R$ 17 bilhões) é líder mundial na produção de jatos de médio porte. Hoje seus principais acionistas estão na bolsa de Nova York e nos fundos de investimentos americanos. Mais de 50% de seu capital é internacional. Seus 21 mil trabalhadores construíram em 2008 nada menos que 204 aeronaves e a previsão para 2009 é de 242. Só em 2007 registrou uma receita de US$ 7 bilhões e um lucro de R$ 657 milhões. Tudo isso às custas da exploração dos trabalhadores. A jornada de trabalho (43h semanais) é a maior do mundo no setor embora a remuneração seja uma das piores do mundo (ocupa o 15º entre as empresas similares). O governo, através do BNDES e da PREVI detém perto de 20% das ações e nesta condição tem acesso privilegiado às decisões da direção. Há quase 90 dias sabia que as demissões viriam e se calou. Pior, como acionista teria poder de vetar as demissões. Mais uma vez calou. Em vez de lutar para defender o emprego Lula editou a Medida Provisória 442 que autoriza o socorro aos banqueiros. Esse exemplo demonstra claramente sua opção de classe diante da crise.


As tarefas dos movimentos sociais

Estamos diante de uma conjuntura crítica. Os trabalhadores e o povo precisam estar unidos para enfrentar a crise e o governo Lula. Precisamos colocar os interesses populares acima de interesses particulares e corporativos. A hora é de unidade. Recai sobre as Centrais Sindicais, sobre os movimentos sociais organizados, os partidos de esquerda, a juventude e os trabalhadores do campo e da cidade a responsabilidade de, sem negar as diferenças existentes, construir poderosas mobilizações para evitar que paguemos pelos efeitos nefastos dessa crise, que nunca é demais lembrar, não foi obra do acaso ou um acidente de percurso, ao contrário foi fabricada pelos patrões.
Neste contexto a luta contra a criminalização dos movimentos sociais assume importância fundamental. No momento em que os trabalhadores começam a dar passos concretos na unificação das lutas assistimos ao recrudescimento dos ataques desferidos contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ninguém menos que o ministro-latifundiário-amigo de banqueiros fraudadores, o Sr. Gilmar Mendes, presidente do STF, destila todo seu ódio contra a luta pela reforma agrária. A tentativa de criminalizar o MST atinge a todos os movimentos sociais e reveste de maior importância ainda a luta a criminalização.
Neste momento assume importância estratégica a unidade dos movimentos sociais organizados, a defesa do emprego e do salário, a ampliação dos investimentos sociais e a reestatização de todas as empresas públicas privatizadas pelo governo brasileiro.

Plataforma de luta

a) - Estabilidade no emprego;
b) - Reintegração dos demitidos; Extensão, para dois anos, do seguro desemprego; Isenção de impostos e taxas públicas para os desempregados;
c) - Redução da jornada de Trabalho sem redução de direitos e de salários. Não à flexibilização dos Direitos Trabalhistas!;
d) - Pela suspensão de execução das dívidas nos financiamentos habitacionais populares e fim dos despejos. Por um amplo programa de construção de moradias populares de qualidade e com subsídio integral do Estado
e) - Estatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, de todas as empresas que demitirem em massa;
f) - Manutenção e aumento dos investimentos em políticas públicas, saúde, educação, moradia, saneamento etc;
g) - Em defesa dos serviços públicos e do funcionalismo; Cumprimento dos acordos feitos com o funcionalismo público;
h) - Em defesa dos aposentados do setor público e privado; Aumento das aposentadorias pelo mesmo índice do reajuste do salário mínimo; Recomposição das aposentadorias ao valor, em salários mínimos, que tinham quando foram concedidas;
i) - Suspensão imediata do pagamento das dívidas externa e interna; Estatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, do sistema financeiro. Disponibilização do crédito em função das necessidades da população e não dos banqueiros; Nenhum recurso a mais para bancos e grandes empresas; Taxação agressiva das grandes fortunas;
j) - Petrobrás e o petróleo 100% Estatal; Reestatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, de todas as empresas estratégicas para o país;
k) - Realização de uma Reforma Agrária e Urbana visando a criação de emprego e a melhoria das condições de vida da população


(1) Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes que afirma o Estado como agente indispensável de controle da economia.