quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A FEMINILIZAÇÃO DA POBREZA II


Sentada, descansando sobre um grande saco de lixo (mamona ou big bag, como é chamado), a catadora Maria do Socorro Conceição, 39, exibe a barriga de sete meses de gestação. É o seu 11º filho. Oriunda do trabalho na cana-de-açúcar na cidade de Bonito, a cerca de 110 km do lixão, ela está há três anos pegando resíduos ao lado do marido. Para dar conta da prole e da catação, costuma deixar a filha de 11 anos cuidando dos menores em casa. "A mais velha, de 16 anos, já casou", explica, com ar cansado. Quando não está grávida, costuma apanhar o suficiente para ganhar semanalmente R$ 80. Mas, com o barrigão, apura apenas R$ 40. A seus pés, ursos de pelúcia velhos e jogados ao lixo - brinquedos que ela não se sentiu tentada a levar pra casa. Por enquanto, apenas sonha com "uma

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