segunda-feira, 24 de novembro de 2008
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
QUEM FOI ROSA PARKS ?SUA CORAGEM ENTROU PARA HISTÓRIA

Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks (Tuskegee, 4 de fevereiro de 1913 - Detroit, 24 de outubro de 2005), foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do Movimento dos Direitos Civis. Ficou famosa, em 1º de dezembro de 1955, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no ônibus a um branco.
Foi através dessa atitude que o então jovem pastor negro Martin Luther King, Jr., concordando com a atitude de Rosa Parks, incentivava em seus sermões os negros fiéis a fazerem o mesmo, ou seja, rejeitar o transporte oferecido pelos brancos sem o devido respeito.
Este movimento teve grande repercussão na década de 50 nos Estados Unidos, pois o tal pastor pregava pelos direitos civis do negros americanos através da teoria "say at less... I'm black, I'm proud", que mudou completamente a história dos Direitos Civis para os negros americanos e influenciou gerações de negros no mundo inteiro. A atitude solitária de Rosa Parks, ao ser acolhida por Martin Luther King, Jr., nunca mais foi uma atitude solitária. Depois de se aposentar, escreveu sua autobiografia. Os anos finais de sua vida foram marcados pelo Mal de Alzheimer, e no ano de 2005 morreu de causas naturais.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
COISA PODRE TÚ ÉS ILUSÃO,TÚ NÃO EXISTE.

QUERO FALAR DOS MEUS SENTIMENTOS
QUERO FALAR DE MIM
MAIS É DIFÍCIL
NÃO SEI QUEM SOU
NEM PARA ONDE VOU
SEI QUE AMEI
A QUEM NÃO MERECEU
MAIS COMO SABER
COMO DESCOBRIR
QUEM É MERECEDOR
DO NOSSO AMOR
TEMOS QUE NOS ARRISCAR
E AMAR ...
O PODRE ,O VELHO
O CANALHA
ATÉ A MENTIRA
QUE NOS LEVA A MORTE
NÃO A MORTE DO CORPO
MAS DA ALEGRIA DA ESPERANÇA
MAS NÃO VOU DEIXAR DE AMAR
PORQUE AMEI ERRADO
A PESSOIA ERRADA
AMEI A MENTIRA A FALSIDADE
O EGOÍSMO, REVESTIDO DE BONDADE FUI ENGANADA
POR SER TOLA
MAS APRENDI
NÃO TENHO PENA DE TI
TENHO NOJO DA TUA PESSOA
ÉS INDIGNA ...
NÃO SABE AMAR
ÉS UM FAZ DE CONTA
NÃO EXISTE DE VERDADE
VAI CHORAR E SE DESMANCHAR
COMO UMA PEDRA DE GELO
NO ASFALTO
VAI DESAPARECER
COMO CASA CONSTRUIDA COM AREIA DO MAR
NA BEIRA DO MAR
PENA TÚ NÃO EXISTE
ÉS INVENÇÃO
ÉS PODRIDÃO
CORAÇÃO VALENTE
CONHEÇA MARTIN LUTHER KING

Martin Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta na Georgia, filho primogênito de uma família de negros norte-americanos de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe era professora.
Com 19 anos de idade Luther King se tornou pastor batista e mais tarde se formou teólogo no Seminário de Crozer. Também fez pós-graduação na universidade de Boston, onde conheceu Coretta Scott, uma estudante de música com quem se casou.
Em seus estudos se dedicou aos temas de filosofia de protesto não violento, inspirando-se nas idéias do indu Mohandas K. Gandhi.
Em 1954 tornou-se pastor da igreja batista de Montgomery, Alabama. Em 1955, houve um boicote ao transporte da cidade como forma de protesto a um ato discriminatório a uma passageira negra, Luther King como presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, organizou o movimento, que durou um ano, King teve sua casa bombardeada. Foi assim que ele iniciou a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Em 1957 Luther King ajuda a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul (SCLC), uma organização de igrejas e sacerdotes negros. King tornou-se o líder da organização, que tinha como objetivo acabar com as leis de segregação por meio de manifestações e boicotes pacíficos. Vai a Índia em 1959 estudar mais sobre as formas de protesto pacífico de Gandhi.
No início da década de 1960, King liderou uma série de protestos em diversas idades norte-americanas. Ele organizou manifestações para protestar contra a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Durante uma manifestação, King foi preso, tendo sido acusado de causar desordem pública.
Em 1963 liderou um movimento massivo, "A Marcha para Washington", pelos direitos civis no Alabama, organizando campanhas por eleitores negros, foi um protesto que contou com a participação de mais de 200.000 pessoas que se manifestaram em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos. A não-violência tornou-se sua maneira de demonstrar resistência. Foi novamente preso diversas vezes. Neste mesmo ano liderou a histórica passeata em Washington onde proferiu seu famoso discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"). Em 1964 foi premiado com o Nobel da Paz.
Os movimentos continuaram, em 1965 ele liderou uma nova marcha. Uma das conseqüências dessa marcha foi a aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia o uso de exames que visavam impedir a população negra de votar.
Em 1967 King uniu-se ao Movimento pela Paz no Vietnam, o que causou um impacto negativo entre os negros. Outros líderes negros não concordaram com esta mudança de prioridades dos direitos civis para o movimento pela paz.
Em 4 de abril de 1968 King foi baleado e morto em Memphis, Tenessee, por um branco que foi preso e condenado a 99 anos de prisão.
Em 1983, a terceira segunda-feira do mês de janeiro foi decretada feriado nacional em homenagem ao aniversário de Martin Luther King Jr.'s.
Apartheid, uma das grandes vergonhas do século XX
Em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, os europeus chegaram à região da África do Sul. Nos anos seguintes, a região foi povoada por holandeses, franceses, ingleses e alemães. Os descendentes dessa minoria branca começaram a criar leis, no começo do século XX, que garantiam o seu poder sobre a população negra.
A África do Sul foi uma região dominada por colonizadores de origem inglesa e holandesa que, após a Guerra dos Boeres (1902) passaram a definir a política de segregação racial como uma das fórmulas para manterem o domínio sobre a população nativa. Esse regime de segregação racial - conhecido como apartheid - começou a ficar definido com a decretação do Ato de Terras Nativas e as Leis do Passe.
“O Ato de Terras Nativas” forçou o negro a viver em reservas especiais, criando uma gritante desigualdade na divisão de terras do país, já que esse grupo formado por 23 milhões de pessoas ocuparia 13% do território, enquanto os outros 87% das terras seriam ocupados pelos 4,5 milhões de brancos. A lei proibia que negros comprassem terras fora da área delimitada, impossibilitando-a de ascender economicamente ao mesmo tempo que garantia mão-de-obra barata para os latifundiários brancos.
Nas cidades eram permitidos negros que executassem trabalhos essenciais, mas que viviam em áreas isoladas (guetos). As “Leis do Passe” obrigava os negros a apresentarem o passaporte para poderem se locomover dentro do território, para obter emprego.
Essa política de segregação racial ganhou força e foi oficializada em 29 de junho de 1948, quando o Partido Nacional, dos brancos, assumiu o poder. A segregação consolidou-se com a catalogação racial de toda criança recém nascida, com a Lei de Repressão ao Comunismo e com a formação dos Bantustões em 1951, que eram uma forma de dividir os negros em comunidades independentes, ao mesmo tempo em que estimulava-se a divisão tribal, enfraquecia-se a possibilidade de guerras contra o domínio da elite branca.
O apartheid atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos. Os casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes eram ilegais. Os negros geralmente trabalhavam nas minas, comandados por capatazes brancos e viviam em guetos miseráveis e superpovoados.
Para lutar contra essas injustiças, os negros acionaram o Congresso Nacional Africano (CNA), uma organização negra clandestina, que tinha como líder Nelson Mandela. Após o massacre de Sharpeville, o CNA optou pela luta armada contra o governo branco, o que fez com que Nelson Mandela fosse preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. A partir daí, o apartheid tornou-se ainda mais forte e violento.
A partir de 1975, com o fim do império português na África, lentamente começaram os avanços para acabar com o apartheid. A comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) faziam pressão pelo fim da segregação racial. Em 1991, o então presidente Frederick de Klerk não teve outra saída: condenou oficialmente o apartheid e libertou líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.
A partir daí, outras conquistas foram obtidas: o Congresso Nacional Africano foi legalizado, De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz (1993), uma nova Constituição não-racial passou a vigorar, os negros adquiriram direito ao voto e em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na África do Sul e Nelson Mandela se tornou presidente da África do Sul, com o desafio de transformar o país numa nação mais humana e com melhores condições de vida para a maioria da população.
A África do Sul é um país de grande importância estratégica para o mundo ocidental. Ao longo de sua costa viajam quase todos os navios que transportam petróleo para o Ocidente. É rica em ouro, diamantes, carvão, ferro, minérios, cromo e urânio, vital para a indústria militar. Tem uma população de aproximadamente 44 milhões de pessoas, sendo 85% negros.
Fontes: Ibge.gov.br
A África do Sul foi uma região dominada por colonizadores de origem inglesa e holandesa que, após a Guerra dos Boeres (1902) passaram a definir a política de segregação racial como uma das fórmulas para manterem o domínio sobre a população nativa. Esse regime de segregação racial - conhecido como apartheid - começou a ficar definido com a decretação do Ato de Terras Nativas e as Leis do Passe.
“O Ato de Terras Nativas” forçou o negro a viver em reservas especiais, criando uma gritante desigualdade na divisão de terras do país, já que esse grupo formado por 23 milhões de pessoas ocuparia 13% do território, enquanto os outros 87% das terras seriam ocupados pelos 4,5 milhões de brancos. A lei proibia que negros comprassem terras fora da área delimitada, impossibilitando-a de ascender economicamente ao mesmo tempo que garantia mão-de-obra barata para os latifundiários brancos.
Nas cidades eram permitidos negros que executassem trabalhos essenciais, mas que viviam em áreas isoladas (guetos). As “Leis do Passe” obrigava os negros a apresentarem o passaporte para poderem se locomover dentro do território, para obter emprego.
Essa política de segregação racial ganhou força e foi oficializada em 29 de junho de 1948, quando o Partido Nacional, dos brancos, assumiu o poder. A segregação consolidou-se com a catalogação racial de toda criança recém nascida, com a Lei de Repressão ao Comunismo e com a formação dos Bantustões em 1951, que eram uma forma de dividir os negros em comunidades independentes, ao mesmo tempo em que estimulava-se a divisão tribal, enfraquecia-se a possibilidade de guerras contra o domínio da elite branca.
O apartheid atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos. Os casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes eram ilegais. Os negros geralmente trabalhavam nas minas, comandados por capatazes brancos e viviam em guetos miseráveis e superpovoados.
Para lutar contra essas injustiças, os negros acionaram o Congresso Nacional Africano (CNA), uma organização negra clandestina, que tinha como líder Nelson Mandela. Após o massacre de Sharpeville, o CNA optou pela luta armada contra o governo branco, o que fez com que Nelson Mandela fosse preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. A partir daí, o apartheid tornou-se ainda mais forte e violento.
A partir de 1975, com o fim do império português na África, lentamente começaram os avanços para acabar com o apartheid. A comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas (ONU) faziam pressão pelo fim da segregação racial. Em 1991, o então presidente Frederick de Klerk não teve outra saída: condenou oficialmente o apartheid e libertou líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.
A partir daí, outras conquistas foram obtidas: o Congresso Nacional Africano foi legalizado, De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz (1993), uma nova Constituição não-racial passou a vigorar, os negros adquiriram direito ao voto e em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na África do Sul e Nelson Mandela se tornou presidente da África do Sul, com o desafio de transformar o país numa nação mais humana e com melhores condições de vida para a maioria da população.
A África do Sul é um país de grande importância estratégica para o mundo ocidental. Ao longo de sua costa viajam quase todos os navios que transportam petróleo para o Ocidente. É rica em ouro, diamantes, carvão, ferro, minérios, cromo e urânio, vital para a indústria militar. Tem uma população de aproximadamente 44 milhões de pessoas, sendo 85% negros.
Fontes: Ibge.gov.br
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Dandara
Dhandara (Ivan Lins)
Ela tem nome de mulher guerreira
E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela
Ela tem um tribal no tornozelo, e na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim, tão transparente
Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dhandara!
Ela faz mechas claras no cabelo
E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso
Ela fala n'um celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo admirado
Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dhandara!
E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela
Ela tem um tribal no tornozelo, e na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim, tão transparente
Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dhandara!
Ela faz mechas claras no cabelo
E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso
Ela fala n'um celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo admirado
Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dhandara!
DANDARÁ (Jorge Ben Jor )
Dandará, hey
Dandará, hey
Dandará, Dandará
Boca mais linda
Que Deus no mundo botou
Mas fica feia, pois
Não quer o meu amor
Moça de Luanda
Moça de Luanda
Toma jeito
Veja o que faz o que diz
Moça de Luanda
Moça de Luanda
Toma jeito se quiser ser feliz
Dandará, hey
Dandará, Dandará
Boca mais linda
Que Deus no mundo botou
Mas fica feia, pois
Não quer o meu amor
Moça de Luanda
Moça de Luanda
Toma jeito
Veja o que faz o que diz
Moça de Luanda
Moça de Luanda
Toma jeito se quiser ser feliz
A BELA DANDARA
Dandara era uma menina muito linda, guerreira e altiva. Nasceu no dia em que se festejava Oxum, o Orixá de sua genitora, uma enérgica Iyalorixá, conhecida como Mãe Divina. Ao barracão, anualmente, acorria muita gente para as festas de Oxum. Mãe Divina, descendente de ex-escravos do reino de Daomé, onde se falava a língua iorubá, reunia em sua roça das simples às mais influentes e ilustres pessoas da cidade.
- Essa menina é muito convencida e vaidosa! - comentavam as pessoas amigas da família.
- Dandara – replicava, com ar de orgulho, Mãe Divina - será uma grande mulher na história. Seu nome já indica tudo: guerreira mulher, como foi a mulher do grande guerreiro Zumbi dos Palmares!
- Por que Iyá fala assim? – Interrogavam-lhe as filhas de santo.
- Ah, minhas filhas, as mulheres que nascem no dia de Oxum são elegantes, dengosas e sensuais! Oxum é símbolo de beleza! Ela expressa soberania e encanto! É um Orixá atraente e misterioso! Não se lembram que a Mãe Menininha do Gantois era filha de Oxum? Sou feliz porque minha filha, ainda criança, foi consagrada a Oxum!
- É verdade que pessoas de Oxum são vaidosas? – Perguntou Mãe Pequena Aninha.
- Sim, são muita vaidosas, adoram bons perfumes, jóias caras, colares, roupas bonitas, enfim, tudo que se relaciona com a beleza! Por isso, chamam a atenção dos homens - concluiu Mãe Divina.
- Já escutei que Oxum é também uma revolucionária; seria uma feminista, em termos contemporâneos (risos) – provocou Aqualtune.
- Aonde você ouviu essa história, Aqualtune? - Interrougou Mãe Divina, completando: realmente, Oxum seria, hoje, uma feminista, pois reivindicou assento nas reuniões onde somente os Orixás podiam deliberar. Conta que os Orixás, quando chegaram a terra, organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder participar, resolveu mostrar seu poder e sua importância.
- Não diga que ela lutou pela liberdade e igualdade de gênero? – Quis saber Luiza Mahin.
- Oh, Oxum foi muito mais além – narrou Mãe Divina. Revoltada, ela tornou estéreis todas as mulheres; depois, secou as fontes e a terra ficou improdutiva. E os Orixás, reconhecendo que Oxum tinha poder sobre a fecundidade, compreenderam que sem ela não poderiam se reunir e nem deliberar, por isso, aceitaram a sua presença nas reuniões. E a terra voltou a produzir, nas fontes não faltava água, as mulheres voltaram a ter filhos. Por isso se diz que as crianças lhe pertencem.
- Ah, agora posso entender por que Oxum é considera muito importante entre nós mulheres! – Completou Andressa.
- Sim, sem dúvida – disse Iyá Divina - Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), um título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres da cidade. Ela é poderosa, a deusa do ouro, da riqueza e do amor!
E Dandara, à medida que crescia, tornava-se mais bela! Tudo nela chamava à atenção das pessoas: corpo, olhos, nariz, pele, pescoço, pernas. Quando passava, distribuía charme e elegância. Seu sorriso contagiava o ambiente. Mas também era uma menina guerreira e bondosa. Na escola, as crianças não arredavam do seu pé. Ela atraia todos para si. Os garotos já a cobiçavam como mulher. Na roda de candomblé, dançava parecendo uma gazela. Os contornos do seu corpo faziam-na uma mulher adulta. De longe, achegavam jovens e homens para as festas somente para ver a divina mulher dançar para o Orixá. Quando Oxum entrava na roça, todos pasmavam diante dos seus lindos lençóis, com cores amarelo-ouro, conduzindo um leque (Abebé) com estrela, espelho, e um coração do qual nasce um rio. E Dandara, ao lado, usava uma sandália dourada e alta. Ao passar, todos a fitavam! E ela a distribuir charme e elegância! O rosto sereno e angélico a deixava mais atraente. E assim, noite adentro, a festa seguia em pleno embalo com três Ogans tocando os atabaques, enquanto um Ogan cantava aos Orixás. As filhas de santo repetiam os refrões dos cantos e dançavam para os Orixás. Nas pausas, as filhas se sentavam sobre o chão, outras conversavam com os visitantes e simpatizantes do Candomblé, uma festa de alegria e muita energia positiva. A Mãe Divina, orgulhosa e sorridente, fazia questão de apresentar Dandara aos convidados. Ao cumprimentá-la, todos beijavam sua mão. Outros pediam permissão para ser fotografados junto àquele encanto de criatura! Voz delicada, atenciosamente, falava com todos.
Comumente, em torno da Iyá Divina, as filhas se sentavam para escutar as estórias dos Orixás.
- Minhas filhas – disse Mãe Divina – quando Oxum constrói amizade com alguém, nada pode separá-la desse afeto. Ela é fiel companheira.
- Iyá, é magnífico essa relação de amizade! As pessoas poderiam muito bem aprender com Oxum - disse Corina.
- Conte-nos, Mãe – insistiu Beatriz – como foi a amizade dela com Exu!
- Ah, muito bem, sentem-se aqui, pois a nossa cultura é feita de grandes reis e rainhas, e essas histórias nós transmitimos através da oralidade, isto é, por meio das narrações contamos os feitos dos nossos antepassados, nossos Orixás. Com isso, precisamos ativar a memória, para que não esqueçamos nada sobre a história de um povo forte e altivo. Ouçam. Conta-nos que Oxum desejava aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação. Por isso, procurou Exu, que, muito sagaz, falou-lhe que poderia ensinar-lhe os segredos da adivinhação, porém, Oxum teria que ficar sobre o seu domínio durante sete anos. E o que ela deveria fazer? - Ah, nem pensem! Ela deveria lavar, passar, cozinhar e arrumar a casa de Exu. Por isso se diz que ela é uma excelente dona de casa e companheira.
- Mas Oxum aceitou tais serviços domésticos? - Interveio Quariterê.
- Minha filha tenha paciência! Nossa cultura diz que, quando os adultos ou velhos estão transmitindo a sabedoria, que é passada de pais para filhos, todos permanecem numa profunda atenção. Devemos, primeiramente, escutar bem! Voltando à nossa história. Então, Oxum se submeteu à vontade de Exu durante sete anos. Foi-lhe muito obediente. Assim, Ele a ensinava a arte da adivinhação, enquanto ela cumpria fielmente seu acordo, fazendo os afazeres domésticos na casa de Exu. Mas após os sete anos, os dois haviam se envolvidos numa funda amizade que Oxum resolveu ficar em companhia de Exu.
- Mainha, que história apaixonante e romântica! – Disse Dandara com os olhos brilhando de encantamento.
- Mas a narrativa não para por ai – observou Mãe Divina.
- O que aconteceu, então, Iyá? – Interrougou Mãe Pequena Nhá Chica.
- Meus amores – disse ela – aconteceu que certa vez, e vocês sabem que sempre aparecem coisas para atrapalhar nossas vidas, Xangô, ao passar próximo ao palácio de Exu, percebeu aquela linda donzela, parecendo uma gazela, que passeava pelas imediações de uma deslumbrante cachoeira. Vocês já sabem que Oxum é a senhora dos rios, cachoeira, lagos. Então, Xangô parou por um instante, e tocado pelo sentimento de paixão, foi até onde ela estava e manifestou-lhe o seu sentimento de amor, chegando a convidá-la para morar com ele em seu castelo.
- Mas que coisa idílica, Mãe Divina! – Disse, suspirando profundamente, Dandara.
- E será se ela foi morar no lindo castelo de Xangô! – Exclamou Luiz Mahin.
- Mas minhas filhas são curiosas! (Risos). Pasmem! Ela, mulher sábia e encantadora, foi também determinada, porque não se deixou impressionar por bens materiais. Ela disse não ao convite de Xangô, preferindo viver na companhia de Exu.
- E qual foi a reação de Xangô? – Perguntou Isadora.
- Deve ter ficado furioso e constrangido por ter recebido um não! – Completou a Ekedi Bárbara.
- Muito bem, Ekedi Bárbara, Xangô, Senhor do equilíbrio e da justiça, ficou irritado e chateado, e, por isso, resolveu seqüestrar Oxum, aprisionando-a na masmorra de seu castelo.
- Minha Iemanjá! – Exclamou Dandara – Exu deve ter ficado enlouquecido!
- Foi isso mesmo – disse Mãe Divina. Ele, ao perceber que Oxum não estava em seu palácio, saiu a procurá-la. Longa foi sua jornada, pois, andou por todas as regiões, pelo mundo inteiro, a procura da sua estimada e bela amiga de anos de companheirismo. Mas vocês sabem que quando a gente quer uma coisa, nada pode nos deter, sobretudo, ao se tratar de amor e amizade. Então, Exu, pressentindo que Oxum pudesse estar no castelo de Xangô, foi até lá, e surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre, logo sentiu que aquele canto seria de sua companheira, que chorava por sua prisão e não queria morar na cidade de Xangô.
- Meu Oxalá! – cortou a conversa Mãe PequenaAninha – deve ter se travado uma luta ferrenha!
- Eu acho que não – sugeriu Dandara – Exu deve ter feito algo mágico para trazer de volta sua companheira!
Todas riram pra valer.
- Vocês querem saber o fim desse drama, né? – Continuou Mãe Divina. Então, Exu, hábil e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que logo lhe cedeu uma poção de transformação cujo poder faria com que Oxum desvencilhasse do poder de Xangô. Daí Exu, através de uma magia, fez com que chegasse às mãos de sua companheira a tal poção. Oxum, rápida, tomou a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de Exu para sua antiga moradia. E ambos foram viver felizes!
- Linda lenda de Oxum! Iyá Divina merece uma salva de palmas! – Falou emocionada a Ekedi Bárbara.
Portanto, não devemos trocar as fiéis e antigas companhias por nada desse mundo, porque uma boa amizade não tem preço.
- Essa menina é muito convencida e vaidosa! - comentavam as pessoas amigas da família.
- Dandara – replicava, com ar de orgulho, Mãe Divina - será uma grande mulher na história. Seu nome já indica tudo: guerreira mulher, como foi a mulher do grande guerreiro Zumbi dos Palmares!
- Por que Iyá fala assim? – Interrogavam-lhe as filhas de santo.
- Ah, minhas filhas, as mulheres que nascem no dia de Oxum são elegantes, dengosas e sensuais! Oxum é símbolo de beleza! Ela expressa soberania e encanto! É um Orixá atraente e misterioso! Não se lembram que a Mãe Menininha do Gantois era filha de Oxum? Sou feliz porque minha filha, ainda criança, foi consagrada a Oxum!
- É verdade que pessoas de Oxum são vaidosas? – Perguntou Mãe Pequena Aninha.
- Sim, são muita vaidosas, adoram bons perfumes, jóias caras, colares, roupas bonitas, enfim, tudo que se relaciona com a beleza! Por isso, chamam a atenção dos homens - concluiu Mãe Divina.
- Já escutei que Oxum é também uma revolucionária; seria uma feminista, em termos contemporâneos (risos) – provocou Aqualtune.
- Aonde você ouviu essa história, Aqualtune? - Interrougou Mãe Divina, completando: realmente, Oxum seria, hoje, uma feminista, pois reivindicou assento nas reuniões onde somente os Orixás podiam deliberar. Conta que os Orixás, quando chegaram a terra, organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder participar, resolveu mostrar seu poder e sua importância.
- Não diga que ela lutou pela liberdade e igualdade de gênero? – Quis saber Luiza Mahin.
- Oh, Oxum foi muito mais além – narrou Mãe Divina. Revoltada, ela tornou estéreis todas as mulheres; depois, secou as fontes e a terra ficou improdutiva. E os Orixás, reconhecendo que Oxum tinha poder sobre a fecundidade, compreenderam que sem ela não poderiam se reunir e nem deliberar, por isso, aceitaram a sua presença nas reuniões. E a terra voltou a produzir, nas fontes não faltava água, as mulheres voltaram a ter filhos. Por isso se diz que as crianças lhe pertencem.
- Ah, agora posso entender por que Oxum é considera muito importante entre nós mulheres! – Completou Andressa.
- Sim, sem dúvida – disse Iyá Divina - Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), um título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres da cidade. Ela é poderosa, a deusa do ouro, da riqueza e do amor!
E Dandara, à medida que crescia, tornava-se mais bela! Tudo nela chamava à atenção das pessoas: corpo, olhos, nariz, pele, pescoço, pernas. Quando passava, distribuía charme e elegância. Seu sorriso contagiava o ambiente. Mas também era uma menina guerreira e bondosa. Na escola, as crianças não arredavam do seu pé. Ela atraia todos para si. Os garotos já a cobiçavam como mulher. Na roda de candomblé, dançava parecendo uma gazela. Os contornos do seu corpo faziam-na uma mulher adulta. De longe, achegavam jovens e homens para as festas somente para ver a divina mulher dançar para o Orixá. Quando Oxum entrava na roça, todos pasmavam diante dos seus lindos lençóis, com cores amarelo-ouro, conduzindo um leque (Abebé) com estrela, espelho, e um coração do qual nasce um rio. E Dandara, ao lado, usava uma sandália dourada e alta. Ao passar, todos a fitavam! E ela a distribuir charme e elegância! O rosto sereno e angélico a deixava mais atraente. E assim, noite adentro, a festa seguia em pleno embalo com três Ogans tocando os atabaques, enquanto um Ogan cantava aos Orixás. As filhas de santo repetiam os refrões dos cantos e dançavam para os Orixás. Nas pausas, as filhas se sentavam sobre o chão, outras conversavam com os visitantes e simpatizantes do Candomblé, uma festa de alegria e muita energia positiva. A Mãe Divina, orgulhosa e sorridente, fazia questão de apresentar Dandara aos convidados. Ao cumprimentá-la, todos beijavam sua mão. Outros pediam permissão para ser fotografados junto àquele encanto de criatura! Voz delicada, atenciosamente, falava com todos.
Comumente, em torno da Iyá Divina, as filhas se sentavam para escutar as estórias dos Orixás.
- Minhas filhas – disse Mãe Divina – quando Oxum constrói amizade com alguém, nada pode separá-la desse afeto. Ela é fiel companheira.
- Iyá, é magnífico essa relação de amizade! As pessoas poderiam muito bem aprender com Oxum - disse Corina.
- Conte-nos, Mãe – insistiu Beatriz – como foi a amizade dela com Exu!
- Ah, muito bem, sentem-se aqui, pois a nossa cultura é feita de grandes reis e rainhas, e essas histórias nós transmitimos através da oralidade, isto é, por meio das narrações contamos os feitos dos nossos antepassados, nossos Orixás. Com isso, precisamos ativar a memória, para que não esqueçamos nada sobre a história de um povo forte e altivo. Ouçam. Conta-nos que Oxum desejava aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação. Por isso, procurou Exu, que, muito sagaz, falou-lhe que poderia ensinar-lhe os segredos da adivinhação, porém, Oxum teria que ficar sobre o seu domínio durante sete anos. E o que ela deveria fazer? - Ah, nem pensem! Ela deveria lavar, passar, cozinhar e arrumar a casa de Exu. Por isso se diz que ela é uma excelente dona de casa e companheira.
- Mas Oxum aceitou tais serviços domésticos? - Interveio Quariterê.
- Minha filha tenha paciência! Nossa cultura diz que, quando os adultos ou velhos estão transmitindo a sabedoria, que é passada de pais para filhos, todos permanecem numa profunda atenção. Devemos, primeiramente, escutar bem! Voltando à nossa história. Então, Oxum se submeteu à vontade de Exu durante sete anos. Foi-lhe muito obediente. Assim, Ele a ensinava a arte da adivinhação, enquanto ela cumpria fielmente seu acordo, fazendo os afazeres domésticos na casa de Exu. Mas após os sete anos, os dois haviam se envolvidos numa funda amizade que Oxum resolveu ficar em companhia de Exu.
- Mainha, que história apaixonante e romântica! – Disse Dandara com os olhos brilhando de encantamento.
- Mas a narrativa não para por ai – observou Mãe Divina.
- O que aconteceu, então, Iyá? – Interrougou Mãe Pequena Nhá Chica.
- Meus amores – disse ela – aconteceu que certa vez, e vocês sabem que sempre aparecem coisas para atrapalhar nossas vidas, Xangô, ao passar próximo ao palácio de Exu, percebeu aquela linda donzela, parecendo uma gazela, que passeava pelas imediações de uma deslumbrante cachoeira. Vocês já sabem que Oxum é a senhora dos rios, cachoeira, lagos. Então, Xangô parou por um instante, e tocado pelo sentimento de paixão, foi até onde ela estava e manifestou-lhe o seu sentimento de amor, chegando a convidá-la para morar com ele em seu castelo.
- Mas que coisa idílica, Mãe Divina! – Disse, suspirando profundamente, Dandara.
- E será se ela foi morar no lindo castelo de Xangô! – Exclamou Luiz Mahin.
- Mas minhas filhas são curiosas! (Risos). Pasmem! Ela, mulher sábia e encantadora, foi também determinada, porque não se deixou impressionar por bens materiais. Ela disse não ao convite de Xangô, preferindo viver na companhia de Exu.
- E qual foi a reação de Xangô? – Perguntou Isadora.
- Deve ter ficado furioso e constrangido por ter recebido um não! – Completou a Ekedi Bárbara.
- Muito bem, Ekedi Bárbara, Xangô, Senhor do equilíbrio e da justiça, ficou irritado e chateado, e, por isso, resolveu seqüestrar Oxum, aprisionando-a na masmorra de seu castelo.
- Minha Iemanjá! – Exclamou Dandara – Exu deve ter ficado enlouquecido!
- Foi isso mesmo – disse Mãe Divina. Ele, ao perceber que Oxum não estava em seu palácio, saiu a procurá-la. Longa foi sua jornada, pois, andou por todas as regiões, pelo mundo inteiro, a procura da sua estimada e bela amiga de anos de companheirismo. Mas vocês sabem que quando a gente quer uma coisa, nada pode nos deter, sobretudo, ao se tratar de amor e amizade. Então, Exu, pressentindo que Oxum pudesse estar no castelo de Xangô, foi até lá, e surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre, logo sentiu que aquele canto seria de sua companheira, que chorava por sua prisão e não queria morar na cidade de Xangô.
- Meu Oxalá! – cortou a conversa Mãe PequenaAninha – deve ter se travado uma luta ferrenha!
- Eu acho que não – sugeriu Dandara – Exu deve ter feito algo mágico para trazer de volta sua companheira!
Todas riram pra valer.
- Vocês querem saber o fim desse drama, né? – Continuou Mãe Divina. Então, Exu, hábil e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que logo lhe cedeu uma poção de transformação cujo poder faria com que Oxum desvencilhasse do poder de Xangô. Daí Exu, através de uma magia, fez com que chegasse às mãos de sua companheira a tal poção. Oxum, rápida, tomou a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de Exu para sua antiga moradia. E ambos foram viver felizes!
- Linda lenda de Oxum! Iyá Divina merece uma salva de palmas! – Falou emocionada a Ekedi Bárbara.
Portanto, não devemos trocar as fiéis e antigas companhias por nada desse mundo, porque uma boa amizade não tem preço.
OUSAR LUTAR ,OUSAR VENCER

A consagração de novembro como mês da Consciência Negra reaviva a luta pela liberdade e resistência do povo negro no Brasil. Remete-nos ao passado escravista das Américas e de devastação das riquezas humanas, culturais, políticas e intelectuais do continente africano e a movimentação para conquista de direitos e cidadania.
Desigualdades raciais no Brasil persistem

Ainda que o Brasil recente tenha dado passos significativos em termos econômicos e sociais, “a estrutura fundiária ainda guarda alguma relação com 1850: os novos-ricos da financeirização se integram no neoagrarismo pouco produtivo”. A afirmação é de Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor licenciado do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas. Segue a íntegra do seu artigo publicado no jornal Valor, 10-07-2008.
O movimento republicano do final do Século XIX constituiu-se travestido na vontade de transformar profundamente o Brasil arcaico. Para isso trouxe consigo as sementes reformistas que se orientavam à alteração profunda da estrutura socioeconômica nacional herdada do antigo Império.
Na visão de Rui Barbosa, por exemplo, a superação do agrarismo anacrônico de então deveria ser acompanhada da desfeudalização da propriedade. Assim, a alteração da estrutura fundiária pressuporia a difusão de inúmeros produtores rurais, capaz de conformar uma nova e ampla base social necessária à sustentação da nova política republicana.
Da mesma forma, Joaquim Nabuco defendia ardentemente a realização de reformas coincidentes com a própria abolição da escravatura, o que permitiria a construção de uma nova e moderna ordem social no Brasil. Seu objetivo principal era a reorganização das bases de valorização do trabalho nacional necessário à consolidação da civilização brasileira assentada na ascensão dos miseráveis e ex-escravos à condição de operários no país democrático e industrial.
Por fim, em conformidade com Manuel Bonfim, o Brasil republicano deveria passar pela implementação de uma profunda reforma tributária, compatível com o fim da iniqüidade que fazia com que os pobres e os desfavorecidos concorressem com maior parte das rendas públicas arrecadadas. Uma democracia dificilmente seria plena sem a adoção majoritária do imposto progressivo ao recurso de cada contribuinte, bem como sem o seu emprego no custeio dos serviços públicos de interesse geral.
Neste começo do Século XXI, o Brasil diferencia-se muito daquele do final do Século XIX. Abandonou o primitivismo da estratificação social - que assegurava somente 10% da população alfabetizada e menos de 5% da população adulta participante do processo eleitoral -, bem como se situa entre as 10 maiores economias do mundo, com modernos setores produtivos identificados pelo agronegócio, petróleo, aviação, siderurgia, entre outros.
A despeito disso, a estrutura fundiária ainda guarda alguma relação como o elevado grau de concentração já expresso em 1850, quando da introdução da Lei das Terras. Com o atual avanço da internacionalização das terras, o Brasil parece redescobrir o seu passado, permitindo integrar novos ricos da financeirização em ascensão com o neoagrarismo pouco produtivo.
Também em relação ao processo de integração social percebe-se a distância que continua a separar a população branca, seja pela significativa diferenciação salarial, ocupacional, de bem-estar especialmente, do segmento não-branco. À margem da reforma social perseguida ainda no Século XIX, o Brasil do início do Século XXI não consegue construir plenamente uma ordem social moderna. A estratificação social atual indica o quanto prepondera o peso de uma elite branca a desfrutar dos principais postos de direção e remuneração, após trajetória educacional dificilmente acessível aos não-brancos.
No plano tributário, os avanços se mostraram pouco efetivos, sobretudo quando se considera que no país o imposto continua a ser cobrado proporcionalmente mais dos pobres. Em 1907, por exemplo, quase três quartos do total da arrecadação provinha dos tributos indiretos, que recaem proporcionalmente mais sobre a população de baixa renda. No Brasil do início do século XXI, o pobre continua a pagar quase 50% a mais de impostos que os ricos, uma vez que dois terços da arrecadação continua a derivar da tributação indireta.
Em 2006, por exemplo, os 10% mais pobres do país, com rendimento médio mensal de R$ 73, pagaram na forma de tributos quase 33% do total da renda. Já os 10% mais ricos do país, com renda média de quase R$ 4 mil mensais, contribuíram com menos de 23% do rendimento total com o sistema tributário.
Por conta disso, estima-se que a desigualdade entre o rendimento médio bruto dos 10% mais ricos e o dos 10% mais pobres chegou a 54 vezes em 2006. Já a desigualdade entre o rendimento médio líquido (após o efeito da tributação) dos 10% mais ricos e o dos 10% mais pobres alcançou a 80,5 vezes. No mesmo ano, o aumento da desigualdade entre os rendimentos médios (bruto e líquido) nos extremos da distribuição pessoal da renda no Brasil foi de 49,1%, o que indica o avanço do papel regressivo do sistema tributário nacional. Isso se torna ainda mais evidente quando se compara a evolução do grau de desigualdade entre o rendimento médio bruto e líquido dos 10% mais ricos e o dos 10% mais pobres ao longo dos anos. No ano de 1996, por exemplo, a desigualdade entre os rendimentos médios brutos dos dois decis extremos foi de 40,5 vezes (rendimento médio bruto) e de 42,9 vezes (rendimento médio líquido).
O aumento na desigualdade de renda ocasionada pelo sistema tributário no Brasil tem forte impulso a partir da elevação da carga tributária desde a década de 1990. A prevalência da iniqüidade no interior do sistema tributário pode ser alterada profundamente pelo Congresso Nacional. Essa oportunidade permitiria romper com a inércia secular que move a orientação tributária: cobrar mais de quem menos tem.
CONSCIÊNCIA NEGRA

Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data - transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 - não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga, era a sede administrativa do povo quilombola. Um negro chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.
Alguns anos após a sua fundação,o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife.
O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho, e não como servo.
Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.
Após caminhar cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à Serra da Barriga. Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com os conhecimentos repassados pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.
Com a queda do rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.
Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi então torturado e capturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.
Resistência

Canta negra resistência ecoa
nos tambores os sonhos de liberdade
Zumbe ZUMBI entrecortado
por chocalhos indígenas
Brancas mulheres
vermelhas bandeiras
ardem braseiros nos pés
Em ritmado passos de dança
andarilhos
plantam sementes dos Palmares
Ergam-se braços
acenem as mãos ó viventes
escrevam com maiúsculas letras
DIGNIDADE LIBERDADEDIGNIDADE
Consciência
LIBERDADE é o grito canto que anuncia o dia 20 de novembro
Consciência Negra
consciência humana
Igualdade busca de harmonia
negros brancos índios
amarelos
tantos todos gentes mesma ânsia sobreviver
multicoloridas as asas do colibrí
as escamas dos peixes
a reveladora luz da fraternidade
lembra rubro é igualmente o sangue
por dentro todos iguais!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
O DOUTOR É QUE É LADRÃO .
ARMAS NA MÃO ,
PÉ NO CHÃO ,
CADÊ MEU IRMÃO ?
MORREU NO TIROTEIO
ESTAMOS EM GUERRA ,ESTAMOS NA TERRA
NÃO VAMOS PARAR
QUEREMOS VENCER
A BOMBA TÁ SOLTA
JÁ VAI EXPLODIR
NA CARA DAQUELE LADRÃO
QUE ROUBOU MINHA NAÇÃO
QUE ROUBOU OS MEUS IRMÃOS
QUE É CHAMADO DE DOUTOR
QUE NÃO TEM PENA DE NINGUÉM
QUE MATA POR MATAR
QUE ROUBA POR ROUBAR
QUE EXPLORA POR GOSTAR
QUE NÃO TEM RELIGIÃO
QUE NÃO TEM NAÇÃO ,MUITO MENOS CORAÇÃO.
QUE QUER VER O POVO NO CHÃO
NO BURACO DO SEU .....
VOU ME JUNTAR A TODOS
QUE ACREDITAM NESTA VIDA
VOU ACOMPANHAR AQUELAS BANDEIRAS DE LUTA
VOU DAR MINHA VIDA POR ESTA CAUSA
QUE ACREDITO NÃO É SÓ MINHA
E AINDA NÃO ESTA PERDIDA.
ÍNDIA FLOR DA NOITE
PÉ NO CHÃO ,
CADÊ MEU IRMÃO ?
MORREU NO TIROTEIO
ESTAMOS EM GUERRA ,ESTAMOS NA TERRA
NÃO VAMOS PARAR
QUEREMOS VENCER
A BOMBA TÁ SOLTA
JÁ VAI EXPLODIR
NA CARA DAQUELE LADRÃO
QUE ROUBOU MINHA NAÇÃO
QUE ROUBOU OS MEUS IRMÃOS
QUE É CHAMADO DE DOUTOR
QUE NÃO TEM PENA DE NINGUÉM
QUE MATA POR MATAR
QUE ROUBA POR ROUBAR
QUE EXPLORA POR GOSTAR
QUE NÃO TEM RELIGIÃO
QUE NÃO TEM NAÇÃO ,MUITO MENOS CORAÇÃO.
QUE QUER VER O POVO NO CHÃO
NO BURACO DO SEU .....
VOU ME JUNTAR A TODOS
QUE ACREDITAM NESTA VIDA
VOU ACOMPANHAR AQUELAS BANDEIRAS DE LUTA
VOU DAR MINHA VIDA POR ESTA CAUSA
QUE ACREDITO NÃO É SÓ MINHA
E AINDA NÃO ESTA PERDIDA.
ÍNDIA FLOR DA NOITE
O CÉU DO MEU MUNDO
MORENA BANGUELA
VEM SEMPRE TÃO BELA
PARA EU TE VER PASSAR
E MINHA RIMA CRUZAR
SEMPRE COM TEU OLHAR
TORTO DE MATAR
EMBRIAGADO DE AMOR
MORENA BANGUELA ,TU NÃO TEM JEITO
REBOLA NA HORA DE IR AO MERCADO
NA HORA DO BATE COXA E ATÉ NO FOGÃO
LAVA ROUPA,LIMPA A CASA
AINDA DIZ QUE É MUITO LETRADA
CONVENCIDA DE MORRER
PENSA SER O CÉU DO MUNDO
MAS É O MUNDO DO MEU CÉU
ÍNDIA FLOR DA NOITE
VEM SEMPRE TÃO BELA
PARA EU TE VER PASSAR
E MINHA RIMA CRUZAR
SEMPRE COM TEU OLHAR
TORTO DE MATAR
EMBRIAGADO DE AMOR
MORENA BANGUELA ,TU NÃO TEM JEITO
REBOLA NA HORA DE IR AO MERCADO
NA HORA DO BATE COXA E ATÉ NO FOGÃO
LAVA ROUPA,LIMPA A CASA
AINDA DIZ QUE É MUITO LETRADA
CONVENCIDA DE MORRER
PENSA SER O CÉU DO MUNDO
MAS É O MUNDO DO MEU CÉU
ÍNDIA FLOR DA NOITE
NA TERRA DE SANTO TÊM PROBLEMAS
IALORIXÁ,FOI PASSEAR
ENCONTROU IANSÃ QUE TINHA IDO ATRÁS DE XANGÓ
QUE NÃO QUERIA SER PERTUBADO POIS ESTAVA OCUPADO
COM PROBLEMAS DE BABAQUARA
QUE JÁ TINHA PROCURADO AJUDA
DE BABALOXÁ
QUE NÃO PODE RESOLVER
POIS ESTAVA ACAMADO
DE TANTO APANHAR DAQUELA
QUE LHE TIRAVA O SONO
QUE NÃO TINHA NOME
POIS ESTAVA ESCONDIDA
DETRÁS DE TODAS AS CORTINAS
DO FASCÍNIO.
DIANA INDIA DA TERRA DO SOL
ENCONTROU IANSÃ QUE TINHA IDO ATRÁS DE XANGÓ
QUE NÃO QUERIA SER PERTUBADO POIS ESTAVA OCUPADO
COM PROBLEMAS DE BABAQUARA
QUE JÁ TINHA PROCURADO AJUDA
DE BABALOXÁ
QUE NÃO PODE RESOLVER
POIS ESTAVA ACAMADO
DE TANTO APANHAR DAQUELA
QUE LHE TIRAVA O SONO
QUE NÃO TINHA NOME
POIS ESTAVA ESCONDIDA
DETRÁS DE TODAS AS CORTINAS
DO FASCÍNIO.
DIANA INDIA DA TERRA DO SOL
MÁ FAMA
A INGRATIDÃO TÃO LONGE DA PERFEIÇÃO
A PERFEIÇÃO TÃO LONGE DA INGRATIDÃO
O DESA-FETO ÁS VEZES TÃO PERTO
A PERFEIÇÃO ME INCOMODA
A INGRATIDÃO ME INCOMODA
O FALTA DE AMOR ME INCOMODA
A HIPOCRISIA ME INCOMODA
A CONVENIÊNCIA ME INCOMODA
VIVER ME INCOMODA
SER COGITADO ME INCOMODA
A DUREZA DESTA VIDA INCOMODA
JÁ TA NA HORA DE DEIXAR TODO ESSE INCOMODO PRÁ LÁ
VIVER ME INCOMODA
"DIANA BERINGELA"
A PERFEIÇÃO TÃO LONGE DA INGRATIDÃO
O DESA-FETO ÁS VEZES TÃO PERTO
A PERFEIÇÃO ME INCOMODA
A INGRATIDÃO ME INCOMODA
O FALTA DE AMOR ME INCOMODA
A HIPOCRISIA ME INCOMODA
A CONVENIÊNCIA ME INCOMODA
VIVER ME INCOMODA
SER COGITADO ME INCOMODA
A DUREZA DESTA VIDA INCOMODA
JÁ TA NA HORA DE DEIXAR TODO ESSE INCOMODO PRÁ LÁ
VIVER ME INCOMODA
"DIANA BERINGELA"
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
DOCE MOMENTO
A FERIDA EXPOSTA NA BARRIGA É A MESMA QUE TRAGO NO CORAÇÃO
NÃO TENHO QUEIXAS ,NÃO TENHO RAIVA ,SÓ TENHO A MIM MESMO
AGORA É PRA FRENTE, AGORA É TERRA NA CARA .
AGORA É SETE PALMOS NO CHÃO
DEPOIS DE TANTA LABUTA CHEGOU A HORA DE DESCANSAR.
MORGANA
NÃO TENHO QUEIXAS ,NÃO TENHO RAIVA ,SÓ TENHO A MIM MESMO
AGORA É PRA FRENTE, AGORA É TERRA NA CARA .
AGORA É SETE PALMOS NO CHÃO
DEPOIS DE TANTA LABUTA CHEGOU A HORA DE DESCANSAR.
MORGANA
SEM NOME
PSICODELICO
AMOR
TRAIÇÃO
RAIVA E
RESIGNAÇÃO
ARMAS
BOMBAS NO CHÃO
EXPLOSÃO
PALAVRAS DE BAIXO CALÃO
TERAPIA
PERDIÇÃO
FOI TRAÍDO TALVEZ PELO MELHOR AMIGO
ANDOU SEMPRE NA CONTRA-MÃO
FICOU CAÍDO NO CHÃO
SOZINHO FALIDO
DE OLHOS VERMELHOS DE TANTO CHEIRAR
O PÓ DA VERDADE
QUE TRAZ A VERDADE
QUE LEVA VOCÊ
PRA QUALQUER LUGAR
BASTA CHEIRAR
Morgana
AMOR
TRAIÇÃO
RAIVA E
RESIGNAÇÃO
ARMAS
BOMBAS NO CHÃO
EXPLOSÃO
PALAVRAS DE BAIXO CALÃO
TERAPIA
PERDIÇÃO
FOI TRAÍDO TALVEZ PELO MELHOR AMIGO
ANDOU SEMPRE NA CONTRA-MÃO
FICOU CAÍDO NO CHÃO
SOZINHO FALIDO
DE OLHOS VERMELHOS DE TANTO CHEIRAR
O PÓ DA VERDADE
QUE TRAZ A VERDADE
QUE LEVA VOCÊ
PRA QUALQUER LUGAR
BASTA CHEIRAR
Morgana
ATRAÇÃO
Da minha janela vejo você
toda linda a desfilar
no asfalto quente
bela visão ....
muita atração
de dois corpos a tremer
imagina se você me dá bola
e cai aqui na minha mão
ai não tem perdão
muita coisa vai rolar
você e eu no meu colchão
Até a noite chegar.
Marly morraney
toda linda a desfilar
no asfalto quente
bela visão ....
muita atração
de dois corpos a tremer
imagina se você me dá bola
e cai aqui na minha mão
ai não tem perdão
muita coisa vai rolar
você e eu no meu colchão
Até a noite chegar.
Marly morraney
DA VIDA
Da vida quero tudo
os amores
as dores as certezas
e incertezas tambem
quero choro
quero riso
quero o "liso"
quero o "duro"
tambem o "mole"
a noite fria que congela até alma
o dia quente que aquece o coração
o beijo doce
e teu pedido de perdão.
Mary morroney
os amores
as dores as certezas
e incertezas tambem
quero choro
quero riso
quero o "liso"
quero o "duro"
tambem o "mole"
a noite fria que congela até alma
o dia quente que aquece o coração
o beijo doce
e teu pedido de perdão.
Mary morroney
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
ALEGRIA....ALEGRIA....
Alegria onde esta você ?
Te procuro sem saber onde te encontrar
estará debaixo das saias de alguma moça?
ou no rio a correr..
no vento que passa veloz ou na brisa suave da noite
quero te encontrar
Me digas onde estás.
Por acaso devo te procurar nas profundezas do mar
em alguma floresta distante
ou ainda nas nuvens que correm ligeira sem nenhuma direção
Ah ,que decepção me contarão que estás dentro de mim
como não te percebi antes ,e mesmo agora não consigo te enxergar
Será verdade? Estás aqui dentro de mim?
Oh ingrata ,não vês que estou atrás de ti ,
e não me dá nenhum sinal.
Marina Morone
Te procuro sem saber onde te encontrar
estará debaixo das saias de alguma moça?
ou no rio a correr..
no vento que passa veloz ou na brisa suave da noite
quero te encontrar
Me digas onde estás.
Por acaso devo te procurar nas profundezas do mar
em alguma floresta distante
ou ainda nas nuvens que correm ligeira sem nenhuma direção
Ah ,que decepção me contarão que estás dentro de mim
como não te percebi antes ,e mesmo agora não consigo te enxergar
Será verdade? Estás aqui dentro de mim?
Oh ingrata ,não vês que estou atrás de ti ,
e não me dá nenhum sinal.
Marina Morone
PARA ALGUÉM QUE FICOU PARA TRÁS
Cadê aquela que me fazia sorrir?
Que muitas vezes me fez chorar!
Onde andará?
Largada em algum munturo?
Morando em algum castelo?
Nunca mais tive noticias...
Sinto saudades daquele tempo...
Quem sabe a gente ainda se encontre
numa esquina qualquer da vida
ai poderemos sorrir novamente..
ou quem sabe contar nossas desventuras vividas uma longe da outra
e ai chorar e nos consolar ...
deitada no teu ombro como tantas vezes no passado aconteceu
Que muitas vezes me fez chorar!
Onde andará?
Largada em algum munturo?
Morando em algum castelo?
Nunca mais tive noticias...
Sinto saudades daquele tempo...
Quem sabe a gente ainda se encontre
numa esquina qualquer da vida
ai poderemos sorrir novamente..
ou quem sabe contar nossas desventuras vividas uma longe da outra
e ai chorar e nos consolar ...
deitada no teu ombro como tantas vezes no passado aconteceu
Minhas filhas minha vida ...
curta vida ...
curta vida!
na esquina da história encontro parceiros pedidos
talvez desiludidos
a história foi perversa
levou muitos de nós
por caminhos indesejados
agora estamos aqui ...
eu ,minhas filhas e meus parceiros
esperando que algo aconteça
já não temos a mesma força
os principios esses ficaram inabalados
mas os antigos companheiros...
foram por outros caminhos e jamais nos encontraram.
Marina Morone
curta vida ...
curta vida!
na esquina da história encontro parceiros pedidos
talvez desiludidos
a história foi perversa
levou muitos de nós
por caminhos indesejados
agora estamos aqui ...
eu ,minhas filhas e meus parceiros
esperando que algo aconteça
já não temos a mesma força
os principios esses ficaram inabalados
mas os antigos companheiros...
foram por outros caminhos e jamais nos encontraram.
Marina Morone
ALEGRIA E DOR
Naquele dia de sol ,onde tudo parecia perfeito,
mas a dor só eu sentia,ninguém mais
a ausência de mim mesma
a derrota da alegria
dos objetivos ,dos ideais
paro pensando...até quando esse marasmo de dor e sofrimento
injustiça social
vale a pena tudo isso?
Marina morone
mas a dor só eu sentia,ninguém mais
a ausência de mim mesma
a derrota da alegria
dos objetivos ,dos ideais
paro pensando...até quando esse marasmo de dor e sofrimento
injustiça social
vale a pena tudo isso?
Marina morone
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
MEUS POETAS ESTÃO MORTOS...

meus poetas estão mortos
morreram tristes engasgados em seus versos
condolências não são necessárias
esperavam o beijo e o abraço em vida
agora que importa?
de nada valem os olhares espantados
diante de cada verso que escreveram
os leitores meninos não sabem quantas vezes
foi preciso morrer
para que esses versos lhes viessem à luz
quantas dores carregaram num só peito frágil e doente
quantas vezes não foram confundidos com os loucos
que andam a falar a sós pelas ruas
sem que ninguém - ninguém lhes dê atenção
porque a palavra sempre foi um compromisso inadiável
porque a palavra dependendo do dia fazia-se cruel
hilda aninha bel orides
torquato cacaso leminski
procuro por todos vocês nas estrelas quando o céu permite
mas de repente a viagem termina
e eu estou de volta aos meus temporais
porque as estrelas num piscar de estrelas se apagaram todas
e talvez só eu na minha distração não tenha percebido
isolo-me de mim mesmo
e trancado no armário antigo das palavras
começo também a contagem regressiva
morrer é só um exercício do que foi viver
meus poetas estão mortos
Let’s play that
quando eu nasci
um anjo louco
muito louco
veio ler a
minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo
me disse
apertando a
minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let’s play that
Até o fim
um anjo louco
muito louco
veio ler a
minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo
me disse
apertando a
minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let’s play that
Até o fim
ANTES QUE ZARPE A NAVILOUCA
Publicado por Torquato Neto em sua coluna Geléia Geral, no jornal Última Hora. {Rio de Janeiro, sexta-feira, 25 de fevereiro de 1972}.*
Comandos do ar informam sobre a temperatura vigente nos dois pólos da questão: tudo azul e escuro. Olha o telex: azul muito escuro do lado de cá enquanto as cobras se decifram à beira da piscina azul-escura do super-hotel de luxo às margens das águas artificiais, em Pindorama Palace.
* Informações gerais pra quem se liga: a paisagem aguarda inquieta resoluções dos altos escalões das cobras. Hoje é sexta-feira o que será no sábado entrante pela próxima semana? Perguntas e respostas variadas, conforme o tempo provável da duração da alvorada, gracias.
* Miedo de perder-te, adiós amor que já me voy, e muito em breve parto mesmo e por enquanto ainda espero inquieto resoluções que não posso compreender em voz mais alta. Agora & sempre assim, conforme for.
* Carroções rondam a madrugada em pleno dia meio-dia sol com chuva tudo a pino tudo ao menos, menos dia, chuva no lugar. O que me dizes? Faz hoje quatro noites que não durmo, aguardo informações e decisões dos altos escalões das cobras das esferas rolantes nacionálicas e da ferocidade amável do País.
* Enquanto isso eu pergunto a ti, neste silêncio: quem me ama por aqui?
* Silêncio, meu amor.
* A moral do cangaço geral é com um N a menos pelo medo manso cordeirinho da miséria. Eu sei bem os sorrisos que me esperam do outro lado e aguardo que apenas o essencial se cumpra.
* Noticiário rodante: agulhas negras apontam em minha direção os pontos da comoção geral. Emoção: apontam como foguetes loucos desgovernados. Primeira providência do mais novo: expulsar dois mil!
* Meu coração despedaçado não agüenta mais, não quer não pode não tem tempo não tem nada que me faça ficar sentado deitado de pé esperando, haja fogo, meu coração na agüenta ficar sentado, calado sofrendo morrendo debaixo da chuva na beira da calçada no meio do caminho, vereda tropical, esgoto das maravilhas, ilhas, trilhas, musical, calma calamidade, fevereiro, março, abril.
* Até que pinte outra maneira de viver em paz.
* Até que não me queiram mais calado embora eu nunca fique como me adoravam, sabe? Até que a morte me separe e reintegre após transações heurísticas, sabe? Até que tudo igual a nada igual à poeira da ossada, sabe? Até que um dia, enfim!
Torquato Neto. Torquatália: obra reunida de Torquato Neto. Organização de Paulo Roberto Pires. v. 2. Geléia Geral. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
Comandos do ar informam sobre a temperatura vigente nos dois pólos da questão: tudo azul e escuro. Olha o telex: azul muito escuro do lado de cá enquanto as cobras se decifram à beira da piscina azul-escura do super-hotel de luxo às margens das águas artificiais, em Pindorama Palace.
* Informações gerais pra quem se liga: a paisagem aguarda inquieta resoluções dos altos escalões das cobras. Hoje é sexta-feira o que será no sábado entrante pela próxima semana? Perguntas e respostas variadas, conforme o tempo provável da duração da alvorada, gracias.
* Miedo de perder-te, adiós amor que já me voy, e muito em breve parto mesmo e por enquanto ainda espero inquieto resoluções que não posso compreender em voz mais alta. Agora & sempre assim, conforme for.
* Carroções rondam a madrugada em pleno dia meio-dia sol com chuva tudo a pino tudo ao menos, menos dia, chuva no lugar. O que me dizes? Faz hoje quatro noites que não durmo, aguardo informações e decisões dos altos escalões das cobras das esferas rolantes nacionálicas e da ferocidade amável do País.
* Enquanto isso eu pergunto a ti, neste silêncio: quem me ama por aqui?
* Silêncio, meu amor.
* A moral do cangaço geral é com um N a menos pelo medo manso cordeirinho da miséria. Eu sei bem os sorrisos que me esperam do outro lado e aguardo que apenas o essencial se cumpra.
* Noticiário rodante: agulhas negras apontam em minha direção os pontos da comoção geral. Emoção: apontam como foguetes loucos desgovernados. Primeira providência do mais novo: expulsar dois mil!
* Meu coração despedaçado não agüenta mais, não quer não pode não tem tempo não tem nada que me faça ficar sentado deitado de pé esperando, haja fogo, meu coração na agüenta ficar sentado, calado sofrendo morrendo debaixo da chuva na beira da calçada no meio do caminho, vereda tropical, esgoto das maravilhas, ilhas, trilhas, musical, calma calamidade, fevereiro, março, abril.
* Até que pinte outra maneira de viver em paz.
* Até que não me queiram mais calado embora eu nunca fique como me adoravam, sabe? Até que a morte me separe e reintegre após transações heurísticas, sabe? Até que tudo igual a nada igual à poeira da ossada, sabe? Até que um dia, enfim!
Torquato Neto. Torquatália: obra reunida de Torquato Neto. Organização de Paulo Roberto Pires. v. 2. Geléia Geral. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
Pra Dizer Adeus
TORQUATO NETO

a) A virtude é a mãe do vício
conforme se sabe;
acabe logo comigo
ou se acabe.
b) A virtude e o próprio vício
- conforme se sabe -
estão no fim, no início
da chave.
c) Chuvas da virtude, o vício,
conforme se sabe;
é nela própriamente que eu me ligo,
nem disco nem filme:
nada, amizade. Chuvas de virtude:
chaves.
d) (amar-te/ a morte/ morrer:
há urubús no telhado e carne seca
é servida: um escorpião encravado
na sua própria ferida, não escapa: só escapo
pela porta de saída).
e) A virtude, a mãe do vício
como eu tenho vinte dedos,
ainda, e ainda é cedo:
você olha nos meus olhos
mas não vê nada, se lembra?
f) A virtude
mais o vício: início da
MINHA
transa, início, fácil, termino:
"como dois mais dois são cinco"
como Deus é precipício,
durma,
e nem com Deus no hospício
(durma) nem o hospício
é refúgio. Fuja.
em "Os Últimos Dias de Paupéria"
Org. Wally Salomão e Ana Maria S. de Araújo Duarte
Ed. Max Limonad, 1982
UM POUCO MAIS DE TORQUATO

Pílulas do tipo deixa-o-pau-rolar.
na mesma base: deixa.
Primeiro passo é tomar conta do espaço.
Tem espaço a bessa e só
você sabe o que o que pode fazer do seu.
Antes ocupe. Depois se vire.
Não se esqueça de que você está
cercado, olhe em volta e dê um rolê.
Cuidado com as imitações.
Imagine o verão em chamas e fique
sabendo que é por isso mesmo.
A hora do crime precede a hora da
vingança, e o espetáculo continua.
cada um na sua, silêncio.
Acredite na realidade e procure
as brechas que ela sempre deixa.
Leia o jornal, não tenha medo de
mim, fique sabendo: drenagem, dragas
e tratores pelo pântano. Acredite.
Poesia. Acredite na poesia e viva.
E viva ela. Morra por ela se você
se liga, mas por favor, não traia.
O poeta que trai sua poesia é um
infeliz completo e morto.
Resista, criatura.
Sínteses. Painéis. Afrescos. Repor-
tagens. Sínteses. Poesia. Posições.
Planos gerais. "O Close-up é uma
questão de amor". Amor.
Eu, pessoalmente, acredito em
Vampiros. O beijo frio, os dentes
quentes, um gosto de mel.
16/11/71 - 3ª-feira
em "Os Últimos Dias de Paupéria"
Org. Wally Salomão e Ana Maria S. de Araújo Duarte
Ed. Max Limonad, 1982
UM MINUTO DE POESIA COM TORQUATO NETO

Cogito
Torquato Neto
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.
TORQUATO NETO ...QUEM FOI VC?

Torquato Pereira de Araújo Neto nasceu em Teresina, Piauí, em 09 de Novembro de 1944. Filho de promotor público e professora primária, estudou no mesmo colégio que Gilberto Gil, em Salvador, tornando-se amigo do compositor e conhecendo também os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia.
Em 1962 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou um curso de Jornalismo. Sem o diploma, começou a exercer a profissão em diversos jornais cariocas.
Foi um dos mentores intelectuais do movimento tropicalista, participou da famosa capa do LP Tropicália ou Panis et Circenses (sentado ao lado de Gal Costa) - nesse disco estão incluídas duas de suas composições: Mamãe, Coragem e Geléia Geral (considerada o verdadeiro manifesto tropicalista).
Um dia após completar 28 anos de idade, ligou o gás do banheiro e suicidou-se. Deixou um bilhete: "Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar"
Era 10 de novembro de 1972 - e o Brasil perdia um de seus maiores e mais geniais poetas.
sábado, 1 de novembro de 2008
Duas cartas pela paz na Colômbia (RESPOSTA DAS FARC)

Carta das FARC aos colombianos partidários da solução política dos problemas da guerra e da paz
Respeitados Compatriotas:
Com satisfação recebemos a vossa missiva de Setembro que convida a explorar colectivamente caminhos para a paz afastados do actual rumo governamental da guerra perpétua, que significa persistir no impossível que é haver uma solução militar para problemas políticos, económicos e sociais que se encontram na base do cruel conflito que aflige o país.
Saudamos o florescimento de uma corrente de opinião que se afasta do falso triunfalismo e dos parâmetros da solução militar para os grandes problemas nacionais. Não duvidamos do êxito da sua gestão porque coincide com o sentimento e a ânsia de paz das maiorias.
Esta carta é já o começo do Intercâmbio epistolar que nos propõem para discutir em torno da saída política do conflito, o câmbio humanitário e a paz. Participaremos apresentando-nos ao povo num diálogo com amplitude e franqueza, sem dogmatismos, sem sectarismos e sem desqualificações sobre os temas que sugiram. É necessário esforçarmo-nos para procurar a vinculação ao processo da maior quantidade possível de organizações políticas e sociais e de pessoas independentes.
A nossa disposição de explorar as possibilidades em direcção à permuta humanitária e a paz com justiça social, que é o hoje o clamor e a necessidade mais urgente de toda a nação, continua invariável. A libertação unilateral de seis ex-congressistas no passado recente, entregues ao Presidente Hugo Chávez e à senadora Piedad Córdoba procurava criar condições e ambiente propício à troca de prisioneiros em poder das partes em conflito. Este feito é um testemunho de confiança da nossa vontade política.
Muito respeitosamente sugerimos, para reforçar este novo empreendimento, ter em conta a manifesta disposição da grande maioria dos Presidentes latino-americanos para contribuir com os seus esforços no processo de intercâmbio humanitário e paz.
A grande bandeira da paz com justiça social deverá voar definitivamente, livre, sobre os céus da Colômbia. A guerra eterna contra o povo que nos querem impor para perpetuar a injustiça não pode ser o destino da nossa pátria.
Recebam as nossas cordiais saudações
Secretariado do Estado-Maior Central das FARC-EP
Montanhas da Colômbia, 16 de Outubro de 2008
Duas cartas pela paz na Colômbia

o início da troca de correspondência entre intelectuais e personalidades da esquerda colombiana e as FARC, a respeito de negociações para uma paz com justiça social.
Ivan Pinheiro
Carta dirigida ao Secretariado das FARC, por membros da sociedade civil colombiana
Bogotá DC, 11 de Setembro de 2008
Senhores membros do Secretariado:
A solução da crise múltipla que aflige a sociedade e o Estado colombianos exige uma ponderada reflexão assim como a participação dos distintos sectores sonantes na sociedade civil e dos actores envolvidos no conflito interno armado, social e político que pesa sobre o país, com o objectivo de evitar a sua institucionalização e de propiciar a construção de uma democracia plena de justiça social e paz, em que todos coexistamos.
Em virtude de tal, a nossa aspiração é trabalhar para desbloquear os caminhos que conduzam à concretização de um Acordo Humanitário que permita a libertação de sequestrados e prisioneiros em poder da revolta armada das FARC e, a seu tempo, a libertação dos presos desta guerrilha sobre a jurisdição do Estado.
Entendemos que uma alternativa diferente da do entendimento político para celebrar tal Acordo Humanitário e facilitar a saída negociada do conflito acarretaria o sofrimento de importantes sectores da população, perigo iminente para a vida dos cativos na selva, a degradação do conflito e o estímulo à militarização e autoritarismo, debilitando a instituição do processo político nacional.
O escalar do confronto transbordou a geografia nacional, entrando nos territórios de países irmãos com feitos de violência institucional que põe em dificuldades as relações diplomáticas do nosso país.
Não obstante, temos a certeza que os presidentes e chefes de Estados de povos irmãos no nosso hemisfério e dos denominados países amigos europeus reunir-se-ão de maneira solidária, de modo a apoiar os processos de diálogo que propomos!
Pelas razões citadas e com a vontade de começar imediatamente a procura de soluções a favor da paz na Colômbia e o sossego dos seres humanos afectados pelo conflito, cordialmente vos convidamos a desenvolver um diálogo público através de um intercâmbio formal no qual vocês, nós e em geral a sociedade colombiana, possamos identificar os elementos que permitam definir uma agenda que esclareça os caminhos nos quais seria possível atingir um entendimento, avançando com o ambicionado acordo humanitário.
Consideramos que já existe uma apreciável corrente de opinião que favorece a promoção de agentes contrários à solução armada e que está em condições de colocá-los em jogo para gerar uma discussão democrática sobre os temas da paz e da guerra na Colômbia, com o fim de propiciar a convivência pacífica dentro de uma nova ética social.
Esperamos atentamente a vossa resposta:
Piedad Córdoba Ruíz, Medófilo Medina, Fabio Morón Díaz, José Gregorio Hernández, Víctor Manuel Moncayo, Alfredo Beltrán Sierra, Jaime Angulo Bossa, Consuelo González de Perdomo, Luís Eladio Pérez, Orlando Beltrán Cuellar, Alfredo Molano B, Javier Darío Restrepo, Daniel Samper Pizano, María Teresa Herrán, Gustavo Álvarez Gardeazábal, Alberto Rojas Puyo, Francisco Leal Buitrago, Hernando Gómez Buendía, Iván Cepeda Castro, Raúl Alameda O, Florence Thomas, Alpher Rojas Carvajal, Felipe de Brigard, Rocío Londoño Botero, León Valencia A, Jorge Enrique Botero, Consuelo Ahumada, Marleny Orjuela, Fabiola Perdomo E, Deyanira Ortiz Cuenca, Martha Arango de Lizcano, Claudia Rujeles Flórez, Ángela de Pérez, Yolanda Polanco P, Marc Chernick, Gabriel Izquierdo S.J., Gloria Cuartas, Fernán González S.J., José Gutiérrez, Juanita Barreto G, Padre Henry Ramírez Soler CMF, Juan Sebastián Lozada P, Álvaro Camacho Guisado, Apolinar Díaz-Callejas, Lisandro Duque Naranjo, Alberto Cienfuegos, Ricardo Bonilla G, Leopoldo Múnera Ruíz, Renán Vega Cantor, Ciro Quiroz, Carlos Lozano Guillen, Jairo Maya Betancur, Ricardo García Duarte, Jorge Gantiva S, Carlos Villalba Bustillo, Constanza Vieira, Gloria Polanco, Apecidez Álviz F, Carlos A. Rodríguez Díaz, Venus Albeiro Díaz, Andrés Felipe Villamizar, Arlen B. Tickner, Santiago García, Pepe Sánchez, Patricia Ariza, Carlos Álvarez Núñez, Víctor Gaviria, Jennifer Steffens, Bruno Díaz, Zulia Mena, Gustavo Duncan, Lilia Solano, Julio Silva Colmenares, Oscar Mejía Quintana, Arturo Escobar, Rafael Ballén, William García Rodríguez, César Augusto Ayala Diago, Carlos Medina Gallego, Diego Otero Prada, Rubén Darío Flórez, Darío Villamizar H, Luís Fernando Medina, Santiago Araoz F., Fabián Acosta, Alonso Ojeda Awad, Jimmy Viera, Efraín Viveros, Mauricio Rojas Rodríguez, Eduardo Gómez, Carlos Villamil Chaux, Fernando Estrada G, Moritz Akerman, Ricardo Montenegro V, Santiago Vásquez L, Enrique Santos Molano, Libardo Sarmiento Anzola, Hollman Morris, Reinaldo Ramírez García, Jairo E. Gómez, Daniel Libreros C, Jaime Caicedo T, Héctor Moreno Galviz, Mauricio Archila Neira, Dora Lucy Arias, Luís Alberto Ávila A, Olga Amparo Sánchez, Norma Enríquez R, Orsinia Polanco, Caterina Heyck, Guillermo Silva, Luís Enrique Escobar, Eduardo López Hooker, Eduardo Carreño, Alexandra Bermúdez, Pilar Rueda, Fernando Arellano, Gabriel Awad, Cristo Rafael García Tapias, Alfonso Santos C, Jorge Lara Bonilla, Miguel Eduardo Cárdenas, Andrés A. Vásquez, Jaime Calderón Herrera, Álvaro Bejarano, Álvaro Delgado, Álvaro Villarraga, Armando Palau, Juan de Dios Alfonso, Darío Morón Díaz, Carlos Rosero, María Eugenia Liévano, Hernando Rosillo Torrente, Gonzalo Uribe Aristizabal, Edgar Martínez C, Esperanza Márquez M, Dídima Rico Chavarro, Danilo Rueda R, Eduardo Franco Isaza, Evelio Ramírez, Carlos Torres Corredor, Fructuoso Arias, Gabriel García B, Gabriel Ruiz O, Germán Arias Ospina, Gustavo Puyo A, Gustavo García, Hernán Cortez A, Ivón González, Jaime Pulido Sierra, Jaime Vasco A, Juanita Bazán A, Luís Eduardo Salcedo, Luís Jairo Ramírez H, Mario Santana, René Antonio Florez C, Sara Leukos, Víctor José Pardo, Francisco de Roux, Gustavo Gallón, Pierre Giloes.
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